Oxigênio extra ao invés da pipoca, é o que aconselho a quem me disser que vai assistir ao filme “O gênio e o louco” e espero poder assistir novamente em breve.
A história por si só já é interessante, um professor reconhecido pela sua genialidade linguística, se muda para Oxford – Inglaterra com a sua família para realizar o projeto de sua vida: criar o maior dicionário de língua inglesa do mundo.
Ao começar o projeto, o professor Murrey interpretado por Mel Gibson, faz um apelo em jornais em revistas para encontrar voluntários falantes da língua inglesa que abrasassem seu projeto.
Doutor Minor interpretado por Sean Penn estava internado em um hospício para criminosos encontra nesse apelo uma espécie de salvação e abraça o projeto contribuindo com a definição de mais de 10 mil palavras através de correspondências que acabou selando a amizade entre ele e Murrey.
A história dessa amizade quase improvável divide de forma inicial dois cenários opostos, a do professor bem aceito com a família bem estruturada, os filhos bem-educados, a esposa compreensiva e acima de tudo parceira e a de Minor que está sempre atormentado pelas suas alucinações.
Mas apesar de todo seu tormento mental mostra se muito empático ao salvar um colega de hospício que quase morre ao prender a perna no portão graças aos seus conhecimentos de cirurgião formado em Yale e ao ter sua inteligência reconhecida ganhou o acesso a telas para pintar e livros que levam a dizer uma das frases mais marcantes : “ Quando estou lendo eu não sou perseguido , sou eu quem vira o perseguidor”.
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A trajetória inteira, a agonia de não conseguir reunir todas as palavras e fracassar o projeto, todas as alucinações de Murrey agravadas por se apaixonar pela esposa de quem ele assassinou, tudo é visto com muita entrega pelos atores da trama que mereciam novamente o Oscar já que conseguem transmitir brilhantemente as emoções pelo olhar, pelos tremores das mãos quando necessário, pela respiração bem colocada em cada cena, por tudo.
A trilha também é bem pontual na condução das emoções, o ritmo da montagem nos transporta para o universo onde tudo aconteceu e leva o espectador a quase esquecer que o dicionário virou um sucesso e hoje em dia é difícil ver alguém no mundo que nunca teve contato com um exemplar da linha Oxford permitindo que no final vibremos e emocionemos com o êxito do trabalho.
Como se fossemos amigos próximos da dupla fazendo o projeto com eles enquanto assistimos a obra.
Assista e depois me conte aqui se teve a mesma percepção que eu?
Amanda Brant
Obrigada pelo seu comentário! :-)