"I'm here" de Spike Jonze -

Já imaginou um live action de um romance envolvendo computadores com crise existencial? Aposto com você que “I’m here” de Spike Jonze (2010) é o filme mais maluco, heartbreaking e fofo ao mesmo tempo que você já assistiu ou assistirá.

Com certeza, um dos conceitos narrativos mais na moda hoje em dia é a tal da realidade distópica. Sabe o que é? Segundo o site dicio, distopia significa:

“Que caracteriza uma distopia, que remete a um lugar hipotético onde se vive sob sistemas opressores, autoritários, de privação, perda ou desespero; antiutópico. [Literatura] Relativo ao local que, numa narrativa, descreve uma sociedade opressora, totalitária.”
dicio.com.br/distopico/

Pois bem, nesse curta-metragem, os computadores são oprimidos pelos humanos, que os destroem e os exploram a revelia de suas vontades e maldades, como se fosse tudo bem destruir alguma coisa por não ser humano (que coisa, não?). Bem distópico.

Sheldon é o personagem principal, vive uma vida se contentando com o pouco que lhe é permitido. Um humilde computador que trabalha em uma biblioteca. Preso em uma existência desprovida de um significado particular discernível, anseia por mais emoção em sua vida simplista e vazia. Em uma esquina de seu trajeto pro trabalho ele conhece Francesca, uma computadora cheia de vontade de viver a vida igual os humanos a viviam, sem limites pra se divertir. Se tornando amigos aos poucos, os dois lentamente começam a se apaixonar.

Em um curta-metragem de menos de 30 minutos, I’m here consegue imergir a gente no mundo de Sheldon, com uma vida vazia e todo aquele desespero silencioso pedindo mais significado em um mundo bem maior que ele.

É também muito tocante sua entrega a quem virá a ser sua nova paixão. Francesca resume tudo que ele pode admirar em um semelhante. Um computador de espirito livre (pode isso?).

Outro detalhe que faz a gente se impressionar é como os efeitos especiais (de um mundo povoado por humanos e computadores) nos envolve em um cenário tão fantástico. Uma obra-prima em termos de pós-produção criando uma imersão na história de uma forma ainda mais intrigante.

Simples, bem feito e com um humor bastante sensível, uma curta história do tipo que não precisa demorar muito pra passar uma mensagem maravilhosa. Toda minha admiração a esse tipo de narrativa em que a fantasia desafia a realidade.

Assista inteiro aqui de uma vez:

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