As relações nem sempre duram para sempre, como gostaríamos – ou como nos ensinaram que deveria ser. Algumas relações duram o tempo que tem que durar, outras, além disso… na verdade, não temos tanto controle sobre isso.
Mas eu percebo que muitas mulheres ainda têm como foco principal de suas vidas os relacionamentos amorosos.
E para fazerem essas relações “darem certo”, abrem mão de seus prazeres, vivem para agradar o outro e quando a relação acaba, se vêem perdidas, sem saber o que fazer, como fazer, o que gostam e até mesmo quem são.
Você já se viu nessa situação? Se nunca se viu assim, tenho certeza que conhece alguém que já passou por isso, pelo menos uma vez na vida.
Diferente disso, no mês passado, a blogueira fitness, Gabriela Pugliesi, anunciou o fim do seu casamento com Erasmo Viana, em um vídeo em seu Instagram, onde disse “terminei meu casamento sim, fiquei na merda durante dois dias, depois levantei a minha cabeça, entendi tudo e agradeci a Deu porque é assim que é”.
Seria esse o sonho de todas nós? O meu, sim! E o seu?
Terminar um casamento e se reerguer depois de apenas dois dias “na merda”? Quem não queria essa pílula mágica? Eu realmente não conheço ninguém que já tenha se recuperado assim, instantaneamente; mesmo sendo psicóloga e trabalhando com diversos tipos de pessoas, há tantos anos.
Terminar uma relação é como viver um luto. Muitas partes nossas morrem: planos, expectativas, desejos… perdemos partes que foram construídas. Como não sofrer diante disso? Até mesmo quando uma relação vai mal, ainda assim, passamos por um processo de luto.
E muitas vezes, o luto acontece mesmo antes que a relação, de fato, acabe. Diante disso, temos que recalcular a rota e criar tudo de novo.
Cada pessoa tem o seu próprio tempo para viver o luto, mas eu, particularmente, acho bem difícil alguém se recuperar em apenas dois dias.
Isso não quer dizer que em dois dias a pessoa não possa estar criando novas metas e focando em outros objetivos, mas se olharmos para o processo de luto, esse movimento tem mais a ver com negar a realidade e uma tentativa de evitar a dor do sofrimento, ainda mais quando uma pessoa erra com a gente.
O luto passa por 5 fases. Não tem uma ordem exata, mas normalmente, acontece da seguinte maneira:
O luto passa por 5 fases.
Primeiro, nós negamos. Negamos para evitar a dor e o sofrimento, como eu disse acima, que é o que eu acredito que tenha acontecido no caso da Pugliesi. Porém, para superar o fim de um término, precisamos passar por esse processo e lidar com a dor, que, infelizmente, não passa tão rápido.
Precisamos desse movimento para que, com o tempo, a gente consiga reestruturar a nossa vida de outra forma.
Você já fez alguma mudança por aí em dois dias? Talvez, uma mudança física, sim. Mas e todo o processo? Desde o pensar em mudar, até a sua finalização? Acho realmente difícil.
O mundo tem sido bastante “fast” em diversos aspectos, mas quando falamos de sentimentos, as coisas não são tão rápidas assim. E evitar o luto a todo custo, não é nada saudável.
A fase da negação, é aquela fase que eu até entendo racionalmente que acabou, mas emocionalmente, eu não aceito (ainda)… muitas vezes, é até por isso que tomamos atitudes impulsivas e sem pensar: seja indo atrás da pessoa para voltar ou fingindo que está tudo bem, como se nada tivesse acontecido.
Nesse momento, também acreditamos que o outro vai mudar de ideia, de olhar para a relação, vai modificar o seu comportamento, o Universo vai nos reunir novamente, mesmo que daqui muitos anos… eu não SINTO que a historia chegou ao fim – e sentir é diferente de dizer.
Esse movimento é comum, mas precisamos olhar com cuidado, porque é a fase mais difícil de um luto. Se não cuidamos disso, não nos desligamos da pessoa e isso acaba nos paralisando.
Depois, ou junto com a negação, existe a fase da barganha, que é quando me desespero e imploro pela volta e afeto do outro.
Tento lutar pela pessoa, começo a negociar possibilidades para voltar: prometo mudar, fazer o que a pessoa quer, me disponho a fazer qualquer coisa para retomar a relação. Corro atrás, me humilho, mendigo atenção e afeto.
E quando você pede para que o outro mude e seja diferente, você também está barganhando. Inclusive, pede coisas que você já sabe que a outra pessoa NÃO vai fazer.
A barganha é uma continuação da negação. A melhor forma de lidar com isso, é desistir de lutar! Se você não estiver pronta para desistir, preste atenção nas suas negociações. Não negocie a sua autoestima, sua dignidade e a sua saúde.
Outra fase do luto, é a raiva! Apesar de querermos evitar, ela é muito bem vinda. É com a raiva que a gente começa a se desligar da relação.
Ela pode vir como uma sensação de injustiça, indignação ou revolta. E está tudo bem sentir raiva. Mostra que você está chateada, ferida.
A gente só precisa cuidar do que vamos fazer com a raiva, porque sentir é diferente de fazer algo.
E se não cuidamos disso, podemos ter atitudes que trarão consequências piores e nos deixarão ainda mais machucadas. Converse com as pessoas que você confia, nesse momento. Desabafe!
Depois da raiva, normalmente vem a tristeza, que faz parte de um término. É o momento de chorar! Se sentir triste, também é uma bússola.
Mostra que algo não está bom e que precisamos mudar. É nesse momento em que começamos a direcionar a nossa energia para novas áreas da vida. Nessa hora é importante buscarmos apoio e acolhimento de amigos e pessoas em quem confiamos. Não se julgue por se sentir triste. Você não é fraca, você é humana!
Depois de tudo isso, começamos a aceitar o fim da relação. A dor diminui e a gente desiste desse relacionamento. Quando desistimos, tiramos a nossa energia dali e colocamos em situações que podem ser mais satisfatórias.
Porém, se você não acredita que existe nada mais satisfatório do que aquela relação ou que um relacionamento amoroso, busque ajuda, porque existe muita vida além do amor!
O luto é necessário pra crescer, absorver tudo o que a relação trouxe, e seguir em frente pra uma nova etapa da sua vida.
Cada um lida de uma maneira única com esse processo, mas se ele se prolonga demais e se torna um limitador, é necessário procurar ajuda profissional.
Só tem um jeito de lidar com um término: enfrentando a dor!
Como eu disse, o fim de um relacionamento é dolorido e traz sofrimento, mas existem outras áreas da vida que podem nos trazer grande satisfação e prazer. Cuide da pessoa mais importante da sua vida: você!
Conte comigo.
Vamos juntas?!
Giulianna Ruiz @mulherdonnadella
Psicologia | Coaching
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