O ex-príncipe e agora Rei Akeen, do reino de Zamunda está de volta em Nova Iorque para buscar seu filho bastardo Lavelle (Jermaine Fowler).
Pois é… Para a surpresa de todos, Lisa não foi a única pessoa com quem Akeen (Eddie Murphy) esteve naquela única vez que foi à América do Norte.
Mas ao contrário do que se passa no primeiro filme, Zamunda (mais especificamente o palácio da família Joffer), é na maior parte do tempo o cenário do novo filme.
Lavelle foi levado até lá com sua mãe, um bocado barraqueira, e uma parte da família. O jovem tinha uma vida simples no mesmo bairro onde Lisa e Akeen se conheceram, o Queens.
Com muitas dificuldades de se adaptar às tradições de um futuro Rei, Lavelle e Akeen terão seus embates como poderíamos prever. O velho e o novo novamente se confrontam.
Por falar em velho e novo.. tem coisa que nunca muda, não é mesmo? Um príncipe em nova york 2 nos trás de volta toda aquele estilo de piadas clássicas que o Eddie Murphy soube muito bem consagrar ao seu modo.
Mas aqui fica a pergunta: Esse humor tem lugar no público de hoje?
Pois é meu caro leitor, talvez você, como eu, é até um pouco saudosista com as coisas da infância, e a gente não via com malícia programas de TV cheios de apresentadoras sensualizando e filmes sem classificação etária igualmente apelativos.
Sabemos hoje que eram carregados de conceitos intransigentes com a realidade atual.
Pois bem, já deixo de aviso que Um príncipe em Nova York 2 é só um resgate daquilo lá, só que regravado através de lentes caras e câmeras modernas. Além de alguns efeitos especiais mais incrementados, como a imagem do palácio que foi feita graficamente e parece bem real.
Assim como no primeiro filme, os súditos da realeza de Zamunda era notoriamente bem abastados, como um país monárquico africano diferenciado, onde todos eram felizes servos de uma realeza, mas ainda simples e com mentalidade de tribos indígenas.
Neste filme, o Mcdonalds pirata do pai da rainha Lisa é a rede fast-food mais bem sucedida de Zamunda, e aparece no meio da floresta, em meio aos animais, sem o que poderia se chamar de “infraestrutura civilizatória”.
Poderia até dizer que a infraestrutura civilizatória que a gente quer não tem necessariamente que ser a mesma em todo lugar, e que talvez os africanos tenham uma conexão com a natureza que seja maior que a nossa.
Porem, a gente tá falando de um prédio do Mcdonalds no mato. Fica parecendo que a sofisticação não é acessível a um reino rico africano. Pensa em como Wakanda foi representada?
Enfim, a única lógica disso é que eles não queriam mudar os alicerces da história original, em que essas características eram simplesmente parte da piada proposta. Típica piada da década de 80/90, não é mesmo?
Ainda tem o fato de Lavelle ter sido gerado por um ato sexual não-consensual em que Akken estava drogado e Mary (mãe de Lavelle) simplesmente se aproveita disso. A situação toda pode parecer cômica, a princípio, mas se a gente parar pra pensar, é nada menos que um ato criminoso.
No fundo, ainda há uma salvação. O filme novo, assim como o antigo, mantém uma mensagem de libertação e esperança. E isso tudo no meio das piadas enlatadas já passando da validade.
Mas não sou eu quem vai dizer pra você não assistir alguma coisa. Assista, por favor, pra tirar suas próprias conclusões.
Você pode assistir na Amazon Prime.
Diretor: Craig Brewer
Elenco:
Eddie Murphy (Randy Watson, Prince Akeem)
Shari Headley (Lisa McDowell)
James Earl Jones (King Jaffe Joffer)
Wesley Snipes (General Izzi)
Arsenio Hall (Semmi)
Trailer:
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