Dois + Dois é um filme que fala sobre troca de casais. Mais que isso, fala sobre swing. Mais que isso, fala sobre suruba…. Mais que isso, fala sobre amor livre! Aí não, pera-lá-um-pouquinho… Quando a história chega nessa parte de amor, as coisas se complicam um pouco.
Sinopse:
Dois casais, os homens sócios e velhos amigos, as mulheres amigas e confidentes, decidem levar a amizade entre eles ao próximo nível. Diogo (Marcelo Serrado) e Emília (Carol Castro) + Ricardo (Marcelo Laham) e Bettina (Roberta Rodrigues), são velhos conhecidos há pelo menos 10 anos.
Diogo e Ricardo administram uma clínica e cardiologia juntos, enquanto Emilia e Betina são daquelas amigas que contam tudo uma pra outra. Tudo começa a mudar quando, numa noite, Bettina confessa a Emilia que ela e Ricardo tem um segredo pra deixar a vida à dois mais apimentada. O segredo é “intercâmbio de casal“.
Nessa entoada, sugere que Emilia e Diogo considerem peguem carona nessa ideia, e que eles fizessem essa troca entre eles mesmos. Bastante conservador nos costumes, Diogo hesita no início, mesmo com desejos fortemente reprimidos por Bettina. Porém, logo Diogo se vê rendido pela situação, já que sua esposa está decidida a experimentar essa novidade.
A pressão vai aumentando para que os limites do relacionamento ultrapassem o nível de conforto e todos acabam embarcando nessa aventura. Daí pra frente, as coisas se desenrolam de forma hilariante à medida que exploram a força desse ímã que os mantém unidos.
Dois Mais Dois é um filme que explora, de modo deslumbrante, toda a questão da fotografia. Explora bastante jogos de luz pra ambientar os plots da história. Particularmente, acho que Marcelo Saback soube fazer isso muito bem. Ele também é conhecido por dirigir o aclamado “De Pernas pro Ar”, com Ingrid Guimarães e Bruno Garcia.
Os diálogos, no entanto, variam de papo sério a trocadilhos de humor “a la” Porta dos Fundos. Apesar de se difícil de comparar o humor daquela turma com essa, dentre eles, Marcelo Laham é o ator que se destaca. Percebe-se que ele passeia com facilidade nesse campo de atuação, seja mais cômico ou um pouco mais sério.
Vale lembrar que é uma obra adaptado de um filme argentino, que leva o mesmo nome. Nesse caso, é interessante notar a diferença da adaptação para o original. O Dois Mais Dois brasileiro tem um cuidado narrativo que o faz ficar menos tango, menos ardente e sensual ao se comparar com o filme de Adrián Suar.
Nesse sentido, nossa versão brasileira ganha um tom mais relacional. Diogo e Emília estão em crise, e veem em Ricardo e Bettina um ideal de uma boa relação, em que o desejo está em dia e por isso, parecem muito felizes. As cenas de sexo e nudez, um bocado mais presentes na versão argentina, dão lugar a uma presença maior de diálogos entre as personagens na versão nacional.
Mas vamos finalmente então à mensagem que o filme passa. Quem conhece minha escrita deve saber que não busco ditar o que diz ou não cada filme. O que busco é extrair de cada obra uma possível mensagem, certo?
Essa obra então busca trazer à tona reflexões sobre formas de amar. O que aconteceria com você se se permitisse vivenciar algo diferente? Não que deva necessariamente tentar coisas diferentes, mas que seria edificante se permitir a perceber que cada um vai encontrar seu caminho de amar quando começar a procurar, seja de qual forma for.
Mesmo se a pessoa for conservadora, liberal ou beata, experimentar algo diferente pode vir a mudar tudo, ou quem sabe, simplesmente não mudar nada. O que importa é cada um arrumar sua maneira de viver mais feliz possível.
Diretor:
Marcelo Saback
Elenco:
Marcelo Serrado – Diogo
Carol Castro – Emília
Roberta Rodrigues – Bettina
Marcelo Laham – Ricardo
Obrigada pelo seu comentário! :-)