007: Sem tempo para morrer deu ao nosso James Bond (Daniel Craig) um final digno e emotivo. Confesso que já estou com saudades. Daniel Craig interpretou com maestria, não deixando nada a desejar aos seus antecessores.
O 5º filme da sequência saiu um pouco da tradicional linha James Bond. Foi mais emotivo, mostrando que James Bond também sofre. Mas cenas clássicas como a do túnel em arcos, por onde Bond passa e saca rapidamente sua arma; seu passeio em seu carro modelo antigo por belas paisagens, foram apresentadas, além da tradicional Bond Girl.
Desta vez, foi a talentosa atriz cubana, Anna de Armas, quem interpretou a bond girl, com uma produção clássica e sensual como as bond girls tradicionais. Porém, uma mulher que acabou de sair do seu treinamento para uma missão Bond. E ela mostra ao telespectador todo o seu nervosismo e ansiedade natural acerca da responsabilidade de se estar numa missão com James Bond.
Entretanto, se por um lado, temos um James Bond inesquecível mostrando todas as suas esferas, por outro, temos um antagonista que não foi bem desenvolvido. Talvez por uma falta de espaço para que o ator pudesse organizar o personagem e personificar um vilão digno de Bond.
A tentativa de conectar Lyutsifer Safin à Madeleine acaba correndo ladeira abaixo e, o que poderia vir a ser uma maravilhosa e arrepiante história de um vilão temeroso, impiedoso e assustador; se torna apenas um vilão. E o final de toda história deste cruzar de passados, não é tão atraente assim.
Mas, claro, não podemos culpar Rami Malek – que é um excelente ator. Talvez, devamos considerar a hipótese de que: o que se deu neste percurso de perda é o fato da trama girar em torno do desenlace de Bond em relação à modernidade do mundo o qual ele já não se vê e já se sabe não pertencente mais.
Assim, não é possível esquadrinhar melhor as razões do vilão e suas vilanias. Por essa razão, seus ensejos soam bem mais atraentes do que sua personalidade em si, que acaba por ser algo muito jocoso e blasé.
Ainda com um vilão pequeno, o longa traz consigo belezas e ascendências intrínsecas que o consegue elevar se comparado aos anteriores. Elementos que são originais e muito pertinentes para trama.
Finalizamos com algumas curiosidades acerca da franquia 007, desde seus primórdios até o último Bond!
THAT’S MONEY, HONEY
O jornalista francês, Guillaume Evin, relata que, se levarmos em conta a inflação existente nas bilheterias, os filmes de Bond levantaram receitas equivalentes à US$16,7 bilhões.
Ou seja, significa dizer que a franquia é uma das mais rentáveis da história da sétima arte. Indo ao ar quinze anos antes da badalada e futurista Star Wars, que arrecadou consideravelmente. Vale destacar também que cada filme do espião inglês torna-se uma passarela luxuosa de vendas de produtos. Carros, relógios, ternos e muita bebida alcóolica.
Esta empreitada financeira de lucros exorbitantes, chamou a atenção dos executivos da Amazon que, em um jogo econômico estratégico de muita inteligência, comprou a Metro-Goldwyn-Mayer, também conhecida como MGM. Uma produtora de renome, prestigiada e antiga no universo do cinema.
006
Sean Connery, foi o primeiro a incorporar Bond, vivenciou o protagonista nos seis primeiros longas da franquia. Aos olhos dos fãs (irredutíveis e completamente apegados ao clássico literário), segue sendo o melhor Bond das telinhas.
Goerge Lazenby (curiosamente o único que não era britânico), Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig, seguiram dando vida ao charmoso e caricato James Bond.
007
Destrinchando o código do agente, temos: o primeiro “0”, significando permissão para matar, o segundo “0” significando que ele já o fez e o “7” que nada mais é do que seu código dentro do serviço. James Bond é um Agente da Inteligência Britânica, posto à servir a coroa – como assim foi criado por seu autor.
M
A belíssima e talentosa atriz, Judi Dench, fez história ao protagonizar a chefe de Bond, M.! Personagem que originalmente é ocupado por um homem, ela deixou seu legado, quebrando tabus, ao trazer toda feminilidade e potência para este papel.
15 ANOS COMO BOND
Ainda que Daniel Craig não tenha o título de ator que mais fez filmes como James Bond, o galã foi o que, por mais tempo, ocupou o posto do Agente 007 nas telonas. Afinal, foram quase quinze de “Cassino Royale” à “Sem Tempo Para Morrer”.
Craig passou tanto tempo como James Bond que a Marinha Britânica lhe concedeu o título de comandante honorário. Curiosidade: mesmíssima patente do Agente 007 nos filmes e literatura.
ÚNICO ENTRE 200
Com a despedida de Pierce Brosnan da franquia, os nomes cotados para vivenciar Bond foram: Clive Owen, Ewan McGregor, Jude Law e Colin Farrell – entre os famosos. Porém, dos quase 200 candidatos como possíveis escolhas, Craig foi quem chamou a atenção dos produtores e, curiosamente, era um ator – à época – não tão famoso.
E pasmem, a coletiva de imprensa que anunciou a nova franquia, apresentando o ator como protagonista, aconteceu no Fragata HMS President, em Londres.
REVIVAL AO ROTEIRO
Uma das curiosidades que podemos destacar neste filme, comparando aos anteriores da franquia, vem do roteiro.
Phoebe Waller-Bridge que é atriz, escritora e dramaturga britânica (responsável, também, pelo roteiro da série Fleabag), faz questão de trazer uma quebra visível com a rigidez da figura caricata e ultrapassada do próprio 007 e da franquia em si.
Por mais que Bridge não apareça na telona (tal qual o faz na série), sua presença se faz notória na forma como é estabelecido o dinamismo das interações e no humor. Elemento este que traz vigor e novidade à franquia. Proporcionando um Bond que vê-se em um universo completamente outro.
E esse mundo, no qual, Bond enxerga que já não cabe mais suas táticas ultrapassadas: como seduzir as belas donzelas das tramas, trabalhar – sempre – sozinho no intuito do heroísmo e ser um homem durão que não se envolve romanticamente e não demonstra sentimentos. Vem a decair, quando Bridge acresce ao roteiro esse elemento (de forma suave e atrativa): o humor.
Mas, não fica só nestas mudanças, há também a genial sacada em introduzir um novo 007, protagonizada (sim, no feminino) por Lashana Lynch. Quando Phoebe propõe tal mudança, ela traz o olhar para todos os personagens já deixando brecha para compreendermos que, sozinho, qualquer um que queira ocupar o cargo do Agente britânico mais famoso do mundo; nada conquistará.
Assista ao trailer de 007: Sem tempo para morrer
Por Pabline Furst (@furstpabline_) e @belemachado
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