Não sou muito fã de filme de ficção científica, mas confesso que Duna me impressionou bastante.
Ele é diferente em tudo…. Ele foi concebido, idealizado, projetado como uma declaração de amor ao cinema e do poder que ele tem.
É um filme onde vai além da história narrada à partir de um livro, o diretor conseguiu nos aproximar da natureza, com takes de cena grandiosos, cenários deslumbrantes e amplos, figurino, paleta de cores, maquiagens, os personagens e a trilha sonora fazem com que a gente se sente parte deste universo.
É uma experiência audiovisual completamente imersiva, trabalhando o lado sensorial do público que se vê mergulhado na trama. Para melhor experiência, assista em tela grande!!
Sobre os figurinos de Duna
Parte que mais amo analisar….
Os figurinistas de “Dune” (Duna), Jacqueline West (O Curioso Caso de Benjamin Button, O Regresso) e Bob Morgan (Malévola: Dona do Mal, A Origem), criaram cerca de 200 ou mais looks, para abranger a variedade de fantasias nos três mundos da trama: Arrakis, Caladan e Giedi Prime.
A inspiração veio de todas as partes: incluindo filmes de David Lean (Lawrence da Arábia, Fahrenheit 451), da mitologia grega e romana, das obras de Francisco Goya e Giotto.
Inspirado também nos nômades, pessoas do deserto e os diferentes desertos do mundo, e como as pessoas se vestiam para sobreviver neles, como os beduínos. Eles descrevem esses looks no livro em grandes detalhes. Os ternos foram feitos minuciosamente como no livro “Duna” de Frank Herbert, e o figurinista consultou o artista conceitual de “Pantera Negra” e “The Batman” de Keith Christensen para conseguir o visual certo.
Cada um teve que ser cortado em moulage, quer dizer, modelado no próprio corpo dos atores. E até marcas de moda clássicas como Balenciaga.
Quanto à paleta de cores, cada mundo do filme tem um esquema de cores diferente. Os figurinistas se inspiraram nos mundos em que os personagens viviam: Os trajes dos Atreides eram na maioria verdes, porque Caladan é um planeta de clima temperado, fresco, com muitas chuvas, por isso é exuberante e denso. Arrakis, em contraste, é deserto e rocha, então os trajes para seus habitantes eram em tons de amarelo areia e bege.
“Eu queria que o figurino se parecesse com o de um filme histórico. Quando você lê o livro, fica com a impressão de que ele foi escrito no futuro e trazido de volta por algum tipo de historiador maluco que usou uma máquina do tempo. Eu queria que o figurino mimetizasse essa sensação. Eu queria que os figurinos parecessem autênticos, que se distanciassem da fantasia para serem mais baseados na realidade do que os personagens vivenciam no ambiente ou por causa de sua posição social. Queria algo que parecesse factual, tão sujo e tão real quanto possível, e eu sabia que eles seriam perfeitos para isso.” finaliza o diretor.
Os figurinos já estão recebendo rumores quanto a sua indicação ao Oscar, o que seria a quarta indicação para West, que não seria surpresa devido ao intenso trabalho que fizeram.
Sobre a maquiagem em Duna
O diretor Denis Villeneuve queria uma maquiagem que fosse muito real, como que não desse pra notá-la.
O sueco Stellan Skarsgård, por exemplo, conhecido por seu papel como Erik Selvig no Universo Cinematográfico da Marvel, revelou ter ficado 80 horas se maquiando.
Sobre a Trilha Sonora
Um dos compositores mais conhecidos de Hollywood e fã dos livros originais de “DUNA”, Hans Zimmer, criou instrumentos especiais para a trilha sonora, e elaborou uma linguagem própria para os arranjos musicais. O objetivo era fazer a trilha sonora do longa-metragem parecer ser “de outro mundo”, como acontece no enredo.
Efeitos especiais
O diretor preferiu recorrer menos aos efeitos especiais.
Algumas cenas de Duna envolvem tempestades de areia, pois o planeta principal do enredo é um gigante deserto. O diretor do filme, Denis Villeneuve, preferiu simular uma tempestade real durante as filmagens e deixar menos responsabilidade para o pessoal dos efeitos visuais.
“Foi um grande desafio para nós, ter areia e poeira voando pelos quatro cantos quando há atores que não só têm que aguentar essa situação, mas também têm que atuar nesse ambiente. Não é fácil”, relatou Gerd Nefzer, supervisor de efeitos especiais do longa-metragem.
Fantástico !!!
Vale a pena assistir, mesmo quem não ama filmes de ficção e os que não leram o livro tbm.
BJs e até a próxima,
Fabí Senra
(designer de moda e stylist – @fabisenra)
Assista ao vídeo sobre o figurino de Duna:
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