Vigaristas em Hollywood é uma ode a um estilo que provavelmente a maioria de nós não está acostumado, que é filmes do Velho Oeste norte americano. É claro que amantes do cinema sempre aparecem por aí com gostos específicos, mas convenhamos, quanto tempo faz, e se alguma vez, você viu um desses na telona, ou mesmo na tv?
Robert De Niro, Morgan Freeman e Tommy Lee Jones estão juntos nessa. É uma equipe que impõe respeito nessa linha de frente. Tommy L. J. é certamente o meu favorito dessa equipe, mas não há como deixar de reconhecer a importância desses outros dois. E de quebra, ainda tem o Emile Hirsch de Na Natureza Selvagem pra deixar esse elenco ainda mais interessante.
George Gallo, roteirista de The Comeback Trail, parece ter suas habilidades cognitivas da escrita compatíveis com o estilo Robert-Deniriano de atuar. Depois deem uma olhada em The Midnight Run, de 1988 que foi também um roteiro que ele escreveu e que De Niro esteve protagonizando.
A história de Vigaristas em Hollywood se passa em meados de 1970. De Niro, muito bem caracterizado com óculos de aviador, roupas no estilo e um Cadillac antigo com um motor barulhento. Com toda certeza Max Barber é o tipo de personagem que a gente ia conseguir encontrar profundezas de Hollywood até hoje.
Barber é um cara quebrado e devendo uma nota preta a Reggie Fontaine (Morgan Freeman), que é uma espécie de agiota cinéfilo perigoso. Ao passo em que negociam ou se enganam, nunca deixam de fazer referências cinematográficas, o que adiciona brilho ao enredo
Os dois personagens travam um relação ao mesmo tempo tensa e amistosa, o suficiente para levar a ação ao absurdo ou mesmo à uma brincadeira levemente divertida. Max e seu sobrinho Walter (Zach Braff, Oz: Mágico e Poderoso), são persuadidos a fazer um acordo sobre um roteiro que James Moore (Emile Hirsch) quer.
Mesmo sendo mais novo e cinematograficamente menos meticuloso, James tem feito filmes milionários com atores ruins, mas famosos. Após um acidente no setting do filme que Max e Walter acompanhavam, Max Barber tem uma ideia que julga ser a solução dos seus problemas. Elabora um plano macabro para financiar um filme e destruí-lo com uma tragédia visando o resgate de milhões da apólice de seguro.
É aí que o alvo da vez vira Tommy Lee Jones, muito bem caracterizado como Duke Montana, um ex-astro do faroeste enviado largado às traças um asilo para velhos atores, e com tendência suicida. Max o encontra e o seleciona para um novo filme, The Oldest Gun in the West, com a esperança de facilitar a morte do ator enquanto as filmagens estão em andamento. Duke porém, é duro de matar.
Vigaristas em Hollywood em si é um filme apaixonado pelo cinema. Tem suas cenas de ação, mas o que mais me agradou foi o ritmo agitado dos diálogos. Barber é o cara que tem a palavra mais rápida do oeste, e ninguém pode contra ele. Toda a narrativa tem diálogos bem construídos e bem humorados
Tem gente por aí dizendo que Brothers Coen poderiam ter feito um filme muito melhor e tudo mais, porém, o filme que temos é esse, basta aceitar algo construído com leveza, talvez o objetivo fosse justamente esse e, tá tudo certo. Já um pouco perto da metade, a gente já sabe tudo que pode vir a acontecer, mas não vejo isso como um problema, é só botar o foco em outras qualidades do filme que todo mundo sai satisfeito.
Diretor: George Gallo
Robert De Niro (Max Barber)
Morgan Freeman (Reggie Fontaine)
Zach Braff (Walter Creason)
Tommy Lee Jones (Duke Montana)
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