Amor, felicidade, benevolência, empatia, diversão, laços. Família Monstro 2 é a tradução, em animação, do que a maioria das famílias realmente é.
E quando dizemos de uma família, não nos importa qual a constituição dela, importa, mesmo, a solidez que esse núcleo é construído e tudo afeto positivo que cabe ali dentro.
SINOPSE
Para libertar Baba Yaga e Renfield das garras da caçadora de monstros Mila Starr, a Família Wishbone mais uma vez transforma-se em uma vampira, o monstro de Frankenstein, uma múmia e um lobisomem.
Acompanhados por seus três morceguinhos de estimação, a família de monstros voa ao redor do mundo para salvar seus amigos, conhecendo novos companheiros monstruosos ao longo do caminho e, no final, entendendo que “ninguém é perfeito” – e está tudo bem.
PRODUÇÃO
O filme tem uma fotografia atrativa aos olhos, com explosão de cores dos personagens, dos cenários, a beleza nos pequenos detalhes e as expressões que eles trazem.
Outra parte deliciosa da produção é a trilha sonora que, sem dúvida, auxilia na harmonia da composição, levando a gente a querer balançar o esqueleto junto da Família Monstro.
Sem contar que a diversão e comédia presentes na animação, não traz um peso forçado, mas algo mais leve, natural.
FAMÍLIA MONSTRO E SUAS NOVAS AVENTURAS
E aqui estão eles, de novo. Encarando novas aventuras para conseguirem manter a família e aqueles a quem amam protegidos das ameaças em vilanias de seus antagonistas.
Embora alguns traços do primeiro filme tenham se mantido nesta nova história, a pegada é bem mais gostosa de prestigiar.
Os Wishbone descobrem-se, novamente, infelizes. Enquanto uma família que se ama tanto, há algo que precisa de atenção e, nada melhor, do que recorrer à monstruosidade bondosa para conseguir chegar ao centro do problema.
E assim, eles o fazem. Com um feitiço lançado pelo pequeno Max, a Família Monstro inicia sua nova aventura, dando o melhor de si para poder resgatar a Baba e o Renfield.
Porém, o que eles não esperavam, era ter de resgatar (novos) amigos e um velho inimigo. Bem como se depararem com a decepção de descobrir que, pessoas que parecem boas, geralmente estão sob uma falsa máscara de vaidade.
HERÓIS OU VILÕES?
Quando eu digo que eles se decepcionam com o que encontram, é porque deparam-se com a família de gênios da ciência, os Starr, que mais estão preocupados em alimentar o Ego do que, realmente, ajudar ao próximo.
[ALERTA DE SPOILLER]
Poderíamos ter, aqui, um belo núcleo familiar. Afinal, eles adotaram uma linda, inteligente e gentil garotinha que os amava como os pais que ela conheceu em vida. E assim o foram, do modo torto e exigente, mas o foram.
O problema contido aqui é: eles apenas a utilizaram para um fim. Criando-a para vida que eles estipularam para eles. Não para ela. Em nenhum momento eles, verdadeiramente, a consideraram como parte de um futuro que pudessem viver juntos.
Embora tenham tomado uma péssima decisão ao afastá-la deles, deram à Mila a oportunidade de ser adotada por uma outra família que a aceitou, apesar de tudo e com tudo.
FAMÍLIA É FAMÍLIA
É sobre isto, apesar de Mila ter feito mal aos amigos da Famíla Monstro, eles decidiram adotá-la, decidiram que ela deveria fazer parte daquele núcleo e agregar.
Aprender o que é divertir-se, ser criança, poder errar, poder aprender com os erros, ganhar a confiança de seus pais e, com isto, sentir confiança em si mesma para poder encarar a vida.
MENSAGEM DO FILME
Aqui está a coisa mais linda que o filme poderia passar aos pais, aos avôs, avós, tios, padrinhos, madrinhas, tias, mães solo, pai solo, toda e qualquer constituição familiar e às crianças.
Independente daquilo que aconteça, todos estarão juntos e juntos conseguirão superar os obstáculos da vida.
No caso da Família Monstro, os pais estão a todo momento demonstrando e dizendo o quanto eles confiam em seus filhos e sabem que eles saberão como se virar sozinhos. Entretanto, isto não significa que eles não o apoiarão.
Pelo contrário, esse incentivo os é dado em constância, bem como a tentativa de aprender com a forma como eles (os pais) também erram. Eles se desculpam, eles reconhecem, eles entregam e ensinam aos seus filhos valores que são fundamentais para a nossa convivência humana.
CONCLUSÃO
No geral, o filme é bom! Divertido e vale a pena, sim, dar um pulinho no cinema para poder prestigiar.
A ideia de trazer duas famílias diferentes para um mesmo cenário nos leva a refletir como e o quanto nós fomos cobrados e (para quem tem filho) o que se cobra deste ou destes.
Será que nós somos tão perfeitos assim, será que devemos cobrar, até de nós mesmos, tamanha necessidade de perfeição? Sabemos a reposta é não!
Se a vida não tiver equilíbrio, leveza, um pouco de bagunça, de música, de poesia, de risadas, de choros também, de encontros, de abraços e de incertezas; ela pode ser tudo, menos prazerosa.
Vivenciar um pilo automático, não tem nenhuma gratuidade.
Enquanto há uma família que apoia seus filhos e compreende que eles não são e não tem que ser perfeitos, há a família que quer criar uma máquina. Uma pessoa que não pode caber qualquer defeito.
Uma lástima. Uma lástima porque assim, essa pessoa pode até ser bem-sucedida, mas, está longe de saber o que é os sabores e dissabores de ser um ser humano.
De ser amado/a, de errar e conseguir compreender que, está tudo bem sim! Porque você tem a oportunidade de se refazer.
Então, abre sua mente, solte suas feras e divirta-se no cinema com aqueles que você tanto estima e cuida, inclusive a si mesma (o).
Ficha Técnica:
Roteiro: Kirstie Falkous, Abraham Katz, David Safie
Direção: Holger Tappe
Dublagens no original: Emily Carey, Jason Isaacs, Ethan Rouse, Nick Frost, Emily Watson entre outros.
Distribuidora: Paris Filmes
TRAILER: https://youtu.be/SUoIs-E6MSM
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