Há quanto tempo a gente tem deixado essa história bem guardada na memória? Quantas conversas cult a gente teve desde que esse filme apareceu? Me lembro da época que eu assinava a revista da antiga editora Abril, a Superinteressante, e era uma edição especial com o tema Matrix Resurrection, cuja capa trazia o título que era mais ou menos assim: “Existe 75% de chance de estarmos vivendo em uma realidade virtual”. Bom, deixando de lado meu mini depoimento fanfic, vamos ao que interessa.
Minha primeira impressão sobre o filme, é que foi feito um prelúdio gigante do que está por acontecer, ou seja, com certeza teremos mais sequências a caminho e essa discussão até está no roteiro do próprio filme.
Quase metade das duas horas e meia de video são feitas sobre referências do que foi Matrix e apresentam paralelamente algumas explicações do que está acontecendo de novo. Por exemplo, quando o filme mostra a estátua de Morpheus.
Sobre Morpheus: Sabemos, através de histórias do Matrix (Matrix Online, 2005) que foram criadas através de um MMORPG, que ele morre tentando recuperar o corpo de Neo, no intuito de ressuscitá-lo de alguma forma. É a mais provável explicação de porque Laurence Fishbourne não está no elenco.
As máquinas não foram vencidas, como nos contam as últimas histórias, Neo fez um pacto de paz para que Zion prosperasse. Porém, de alguma forma, as máquinas conseguiram deixar Neo e Trinity vivos, e os esconderam por um longo tempo, até que a tripulação liderada por Bugs (Jessica Henwick) finalmente encontrou Neo e uma versão digital de Morpheus (que, pasmem, Neo criou).
É claro que, no início, antes de Neo começar a tomar controle de si, e antes de sua busca por Trinity começar a entrar em cena, a Matrix Resurrection tem usado de vários artifícios para mantê-lo sob efeito da pílula azul. Para isso, tem todo um ambiente que o convence de que todas suas lembranças são um problema mental, dentro de uma mente de gênio.
Dentro da Matrix ele é um desenvolvedor de um game que leva o nome Matrix Resurrection, onde ele conta toda a saga que viveu como uma ficção, e isso virou um superhit mundial. Sua empresa recebe uma oferta da Warner para fazer uma sequência do game, Matrix IV, e toda a equipe começa a dialogar sobre o que é a Matrix, da mesma forma que eventualmente a gente fez com nossos amigos e parentes depois de assistir os filmes desde 1999.
Thomas Anderson (Keanu Reeves) revive todas essas memórias quando o Morpheus digital (Yahya Abdul-Mateen II) entra em contato com ele, a mando de Bugs, e ele fica no mesmo antigo dilema de “estou ficando louco ou realmente questionando a realidade?”.
Numa roupagem um pouco mais cômica que underground, Keanu não manteve exatamente o mesmo estilo do Neo que me lembro. Na verdade, não parece ter muita diferença a personalidade de Jhon Wick e Thomas Anderson.
Já o Agent Smith (Jonathan Groff) dá um show de personalização numa versão 4.0 do agente. Ele e a atriz Jada Pinkett Smith, como Niobe, parecem estar bem re-caracterizados.
As cenas de luta são semelhantes às cenas dos antigos Matrix, mas imagino que eles possam ainda introduzir alguns elementos novos à medida que Neo vai voltando a ser quem era. Na verdade, desde já no trailer do novo filme, dá para ver que ele tem um tipo de Kame-Hame-Ha.
Não dá pra dizer que podemos esperar muitas novidades desse filme, mas é maneiro o fato de que Trinity irá assumir um protagonismo interessante na história.
Porém, o filme orbita bastante ao entorno dessa união, com muita narrativa que referencia os filmes antigos. Seja de uma forma metalinguística, quanto em relação às explicações que a história tem que dar para nos atualizar do que tem acontecido desde a morte de Neo nos filmes antigos.
Em alguma coisa ou outra, os novos personagens que entram em cena, de fato, trazem elementos interessantes para a história, que me fazem concluir que: a adaptação para uma nova narrativa fica razoavelmente bem justificada.
A integração com o que tem acontecido nos outros filmes parece ser boa também, já que as novas teorias se baseiam bastante em fatos e personagens passados.
Portanto, é isso. Esse prelúdio que estão prontos pra assistir é uma experiência que vai te preparar para os filmes que estão por vir.
E aviso: Não precisa perder tempo esperando cena pós-créditos, não tem nada a ver com a história.
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