SPENCER – BREVE SINOPSE
Na última semana, o aguardadíssimo Spencer estreou nos cinemas brasileiros. Com Kristen Stewart como protagonista, roteiro de Steven Knight e direção de Pablo Larrain (responsável pelo também muito elogiado “Jackie – 2016”), o filme acompanha a aclamada Princesa Diana por três dias convivendo com a família real, isolados em um palácio no feriado de Natal.
O filme, que se insinua também como uma fábula, nos faz acompanhar os bastidores da vida de uma mulher tão conhecida e querida. Mas, retrata em suas quase duas horas de duração o cotidiano de uma mulher solitária, melancólica e reprimida.
Com muitos acontecimentos deliberadamente escritos para compor a narrativa (e não necessariamente refletir fielmente os fatos), Larrain nos faz seguir pelos corredores do palácio e adentrar no coração incomodado de Diana.
SPENCER – FILME ADENTRO
Nesses três dias, vemos uma mulher sufocada, que vive em um espaço onde o passado, o presente e o futuro são um só. Entre vislumbres de histórias que tendem a se repetir e com Ana Bolena visitando seu imaginário, a Princesa se sente sozinha, traída, aprisionada e perdida no tempo.
O filme capta exatamente isso: uma pessoa que parece estar constantemente se segurando, à beira de um colapso.
SPENCER – ATUAÇÃO DE STEWART SURPREENDE
A atuação de Kristen Stewart surpreende no melhor dos sentidos: em sua segunda cena já é possível esquecer que se está vendo um filme imaginado ali, e é quase como se a própria Diana estivesse nos mostrando um documentário, contando de sua intimidade.
Os maneirismos, trejeitos, sotaque e olhar estão todos ali, e você não tem escolha a não ser acreditar em cada segundo do que o filme te propõe.
SPENCER – FOTOGRAFIA MAGNÍFICA
A frieza de todos no entorno da nossa protagonista não se resume apenas às atuações: a fotografia do filme é outro show à parte. Congele em qualquer cena e eu garanto que você tem uma imagem impecável.
Claire Mathon (que também assina a fotografia de “Retrato de Uma Jovem em Chamas“, que foi meu filme favorito em 2019) capricha nos enquadramentos, cinematografia e dá o tom mais sóbrio, frio e melancólico que a narrativa nos pede.
CONSIDERAÇÃO FINAL
Spencer se torna então um retrato único, um documentário fantasioso sobre uma mulher que viveu no imaginário de tantas pessoas, mas agora com uma história que tão poucos conhecem intimamente.
O ritmo, as atuações, as metáforas visuais e a fotografia são pratos cheios para todos que gostam de um filme que explore seus sentidos, que te convida para pensar em mais do que se vê, e flerta deliciosamente bem entre a fábula e o realismo de uma história da realeza, vivida por uma mulher tão querida e, principalmente, humana.
Por: @instaguto
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