Elvis filme, o mito do rock’n’roll que conquistou gerações é o novo protagonista encantador, eloquente e fantástico de Baz Luhrmann.
Luhrmann é um exímio cineasta, seu estilo exuberante e, por vezes, um tanto show business é o perfeito casamento de sucesso que assinou, do início ao fim, seu novo longa: Elvis.
Em parceria com Sam Bromell, Craig Pearce e Jeremy Don, Baz Luhrmann assinou o roteiro e fizeram com certa mestria. A história que se conta não é apenas sobre Elvis Aaron Presley, mas sobre o mito, a astrela, o Rei, o astucioso, o grandioso, o incomparável e único: Elvis Presley!
O resultado é um estrondoso musical cheio de visual vibrante, muita música, performance e atuações eletrizantes.
O longa é contado pelo inescrupuloso Coronel Tom Parker (Tom Hanks), empresário de Elvis, um homem totalmente amoral que para o mal ou bem, edificou a figura que a mídia viu edificar. Aliás, como sempre, Tom Hanks cumpre direitinho com seu potencial de ator. Um personagem caricato que é desonesto em sua narrativa e nos causa até repulsa.
Luhrmann fez questão de dirigir um filme que fosse um mergulho ao homenageado adentrando na cultura pop, desde a linguagem até a musicalidade. Uma pegada inteligente que atrai o público para o cenário e emoção pulsante do longa.
Outro aspecto a destacar, é como Luhrmann conseguiu trazer em cena a intimidade e proximidade de Elvis com a cultura vigente nos EUA daquela época. Desde a influência da música negra popular à música gospel. Esta que, por sua vez, é muito intensa em sua infância.
Austin Butler, sinto um indicação ao Oscar
Austin Butler da vida a um Elvis intenso, tão real que nos faz sentir a mística de sua música e dança. Os singelos trejeitos de sua interpretação entrega um protagonista inesquecível, acrescido pela segurança de uma linguagem orgânica; nos deixa extasiados sentados a cadeira.
Butler excita a mente, memória e coração dos expectadores, fazendo-os desejar estar à beira dos palcos megalomaníacos e hollywoodianos de Elvis. A irreverência, rebeldia, carisma inconfundível e ritmo que o elevava aos céus na ponta dos pés de seus brilhantes sapatos; é totalmente visceral.
O que aproxima-se dos relatos do próprio diretor, ao confirmar e insistir que seu filme não é uma cinebiografia, vai para além! É uma obra cinematográfica que assemelha-se aos filmes de super heróis. Elvis é a encarnação do misticismo tonal de Elvis Presley, jamais explorado anteriormente em outros filmes existentes com assinatura biográfica.
Neste contexto pré colocado, justifica-se a exacerbação, positiva, nas performances de Austin Butler, fidedignas aos passos de Elvis, tal como uma reencarnação visual perfeita e belíssima.
Ressalto aos expectadores que devemos assistir ao longa com a alma transcendente dos filmes de Luhrmann. A isto se atribui a perfeição magnética e orgânica deste Elvis! O protagonista que carrega a certeza de sua inflexível crença e amor por aquilo que o move.
A linguagem, e volto a enfatizar, é mística e totalmente teatral, um pegada intensa de show business, burlesco, necessariamente performático e acalorado nos brilhos, sons, montagem e a câmera peculiar e estrondosa do diretor. Se você espera pelos arranjos normativos das cinebiografias, é possível que não se sinta tão confortável em alguns momentos do longa.
Precisamente neste ponto eloquente é que reside a beleza explícita do filme, nos acordes intensos e cintilantes dos figurinos, nas cores vibrantes das montagens de cena, nas conduções precisas do jogo de câmera, na brilhante fotografia.
Elvis imprimi o legado fidedigno daquilo que Elvis Presley foi! Um drama teatral transcendental que, no fim das contas, render-se aos prazeres sensitivos que o filme oferece, é muito melhor do que tentar abarca-lo a partir de uma moralidade típica na qual toda rebeldia, não têm a possibilidade de caber.
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