ATÉ OS OSSOS - Não é só mais um filme de terror -

Estaoms diante da mais mais recente interação entre o diretor Luca Guadagnino e a estrela Timothée Chalamet, Até os Ossos é uma adaptação do romance de Camille DeAngelis. A história é sobre a maturidade da jovem Maren (Taylor Russell), que não é como outras garotas.

A novata da escola, Maren está enfrentando mais do que os problemas habituais como toda novata, fazer amigos… Às vezes ela gosta gosta de carne humana. Após um incidente em uma festa do pijama, Maren e seu pai fogem da cidade.

No dia seguinte ela descobre que está sozinha. Antes de desaparecer, deixou uma fita cassete. Com a fita nas mãos e alguma pista sobre quem era sua mãe, Maren parte em uma jornada pelo país para descobrir a verdade sobre si mesma.

Ao longo do caminho ela acaba arrumando sua própria turma. Colocar a atriz Taylor Russell junto com Chalamet dá um resultado impressionante. Suas performances combinam uma com a outra maravilhosamente bem e a câmera os ama.

Por mais que a pré-estreia do filme tenha girado em torno do ator que fez Duna (2021), é Taylor quem que rouba nossa atenção. Maren é um verdadeiro balaio de emoções que a atriz consegue mostrar pra gente como é cada uma delas, uma a uma.

Chalamet, é claro, não deixa a desejar e dá mais um show. Até os Ossos é a história de Maren, mas o jovem ator exala carisma como Lee. Enquanto Maren está atormentada pela culpa e arrependimento, Lee parece vazio a princípio, mas isso vai mudar logo.

Lee é o típico “rebelde sem causa”, exalando uma aparência fulgaz com pouca substância. Conforme a história avança, sua proximidade com Maren vai derretendo o gelo dentro dele e logo logo ela chega lá no verdadeiro Lee.

A parte romântica de Até os Ossos é cativante, mas de forma algum deixa de lado a narrativa principal, o que deixa as coisas mais interessantes do ponto de vista da originalidade da história. Nos momentos que esse romance aparece, os impulsos mais sombrios vem à tona e é nessas sequências que o filme ascende à grandeza.

Visualmente deslumbrante, Até os Ossos captura uma faceta do interior dos Estados Unidos que não estamos muito acostumados a ver no cinema. A narrativa se desenrola na estrutura daqueles que se passam nas estradas. O diretor consegue capturar muito bem a paisagem das estradas nessa fotografia do filme.

Até os Ossos ganhou classificação de etária de mínimo 18 anos de idade corretamente, porém, subverte as expectativas de um filme de horror comum. Quem gosta mesmo de filme de terror, sabe que esses filmes não precisam necessariamente ser assustador nem sangrentos. Podem simplesmente ser uma reafirmação da vida.