Bunita, você pode não ter se dado conta, mas estamos vivendo uma revolução: A “3ª revolução do prazer feminino”. Continue conosco nessa matéria para saber mais sobre as revoluções com Amigas da Bunita!
A revolução do prazer
A 1ª revolução do prazer aconteceu nos anos 60 com a criação da pílula anticoncepcional. A mulher ganhou liberdade para ter mais de um parceiro e experimentar uma vida sexual um pouco mais livre visto que não corria o risco de engravidar. Foi um momento histórico pois pela primeira vez a relação sexual foi vista como fonte de diversão e prazer e não como uma forma de formar família. A discussão sobre o uso do contraceptivo trouxe uma nova visão de como podemos escolher interagir sexualmente e afetivamente com alguém, essa liberdade de escolha deu a mulher um pouco mais de clareza sobre o seus direitos. Isso também foi oxigênio para relações homoafetivos, que ganharam alguma voz e se beneficiaram dessa inovação, afinal, o sexo não tinha mais a obrigação de ser um meio de procriação
A 2ª revolução prazer feminina se deu por volta dos anos 2000, quando as conversas femininas sobre amor e sexo estavam sempre cercadas de instruções que levavam ao mesmo destino: como enlouquecer um homem na cama. Algumas de nós fazia por obrigação, outras por amor e pouquíssimas por seu próprio prazer. Então começamos a questionar: por que poucas mulheres sentiam prazer na relação e a maioria não?
Ao passo que todos os homens afirmavam ter muito prazer e alegavam até ser uma “necessidade” deles. Seria um “problema” feminino?
Muitas pesquisas se iniciaram na época até que a pesquisadora Rosemary Basson trouxe o óbvio que jamais fora questionado: “Os homens transam diferente das mulheres.”BINGO!
Ela trouxe então é um gráfico e um conceito de resposta sexual humana que identifica padrões diferentes de comportamento físico. Concluindo que os homens e as mulheres começam o processo de excitação ao mesmo tempo, porém no homem é como se acendecemos um isqueiro, rapidamente pega fogo, queima e ele atinge o ápice de prazer com pouco esforço. Depois do orgasmo vem um período de relaxamento longo, geralmente não dá para recomeçar imediatamente. Bate um cansaço neles não é?
Com a mulher acontece o inverso, somos como um fogão a lenha; levamos mais tempo para aquecer e precisamos de mais estímulos para atingir o ápice, porém após um orgasmo, meu amoorrr, haja mangueira para apagar o nosso fogo. Pode vir quente que estamos fervendo!
Caiu por terra a ideia de que as mulheres não conseguem ter orgasmos por questões psicológicas. Se os homens quiserem nos deixar de pernas bambas vão ter que se dedicar assim como nós nos dedicamos, e aí sim!!! Sabendo disso, nós passamos a não aceitar mais que o parceiro ignorasse a nossa existência na cama. Afinal, sexo não é um monólogo masculino e sim um diálogo de casal.
Passamos por essas duas revoluções de forma muito velada, era assim; todos sabiam e faziam, mas não falavam abertamente sobre o assunto e essa é a grande diferença no formato da nossa terceira revolução. Não escondemos mais os nossos desejos e espalhamos informações em todos os meios de comunicação: inclusive aqui no “Garota Te conto Tudo”.
Foi a pandemia que trouxe luz para uma realidade pouco discutida até então, a masturbação feminina, que eu prefiro chamar de auto estimulação. O ministério da saúde e os médicos começaram a indicar, mas o boom mesmo veio através das próprias mulheres que assumiam a prática e mostravam seus vibradores na internet. E começou uma revolução nada silenciosa: foram milhares de aparelhos vendidos só no Brasil. É a revolução do auto conhecimento do prazer feminino. Esse movimento só aumenta, uma mulher contagia outras!
Blogs, influencers e artistas já divulgam vídeos, filmes e entrevistas na internet o tempo todo, e agora Programas populares de TV aberta também. Tive a oportunidade de estar presente junto com o meu grupo A Sós e com mais de sessenta empreendedoras do mercado erótico na gravação do quadro “Prazer Renata” exibido em três episódios no Fantástico (Globo) e pude perceber que não tem volta, estamos mudando nosso mundo interior e todo mundo vai saber. Claro que discrição segue sendo muito importante, afinal estamos falando de intimidade.
“Fomos criadas em uma sociedade extremente machista que oprime mesmo a mulher a tratar o sexo como algo prazeroso” – Deborah Secco, Prazer Renata, ep.1.
Eu prezo por isso entregando os pedidos do site com extremo sigilo. Também não se trata de substituir os homens e sim de trazê-los para essa nova era conosco, por isso os aparelhos vibradores e sugadores de clitoris tem o design cada vez mais inovadores podendo serem usados à dois como um plus na relação. A informação é simples, colocar em prática ainda é um tabu. O caminho é separar, na nossa cabeça, o sexo da auto estimulação. Sexo é o que pessoas fazem juntas, auto estimulação é você explorando sensações únicas no seu corpo. É algo muito libertador e ao mesmo tempo uma conexão íntima consigo mesma. É a sua sexualidade!
A OMS Organização Mundial da Saúde diz que “sexualidade é como você se vê, como se porta, como se sente com seu corpo e como você se mostra para o mundo”. Então se alguém ou alguma coisa cercear essa liberdade, estão tirando seu direito de ser quem você nasceu para ser, não aceitamos mais isso!
Somos donas dos nossos corpos, das nossas vontades, do nosso prazer. Uma mulher em dia com seus orgasmos não quer guerra com ninguém. Aumenta a auto estima, dá uma sensação de bem estar incrível, alivia o stress, dimunui a insônia e eleva a libido, sem falar no quanto transforma sua vida sexual à dois.
São muitos ganhos além de prazer!
- Autoconhecimento: quem sabe do que gosta, verbaliza e não aceita menos
- Autenticidade: não mais fingir orgasmos (quem nunca?) ,
- Autonomia: você não fica com boy lixo por carência sexual.
Anota essa:
O sexo é um pontinho da sexualidade, é uma conexão deliciosa ou simplesmente um fogo intenso, mas não é a única forma de sentir prazer. Agora que te contei tudo, quero saber, você já revolucionou sua vida?
Obrigada pelo seu comentário! :-)