A Cor Púrpura de Blitz the Ambassador (Black Is King 2020) é uma releitura ousada, que nasce de um sonho gigantesco e encanta a nossa alma! A clássica história, todos nós ja sabemos, seja porque nos foi apresentada em com o primeiro filme (The Purple Color – Steven Spielberg), seja porque tivemos contato com a literatura (Alice Walker). O que chega de novidade nesta refilmagem é a encanto, uma história tão densa, que machuca que nos reconecta com a ancestralidade, com as dores de tantas irmãs e tantas mulheres, apresentada para nós em um Blues sedutor e potente.
Continue conosco nessa matéria para saber mais sobre esse lançamento do cinema!
Vozes que dizem do fundo do peito a que vieram, que cantam as dores de um passado tenebroso, que buscam alforria nos pequenos gestos e nos grandes confrontos. Vozes que dão vida a histórias jamais apagadas, jamais esquecidas. Histórias que se repetem dentro do sistema opressor, racista e colonizador que ainda vivenciamos em pleno século XXI. Para quem conhece e lembra bem de toda a história, sabe como é difícil sentar e acomodar-se em uma poltrona confortável do cinema e não se revirar de raiva, angústia, dor, esperança e espiritualidade! O que já fiz muito sobre a entrega de todas as atrizes e atores presentes em cena.
Cada qual com sua magnitude, maestria, genialidade, te prendem do início ao fim. Seja por amor, ódio, pena, altruísmo. Todos, incomparavelmente, merecem uma salve de palmas, devemos ovacioná-los, de pé, por ininterruptos 1 minuto (no mínimo). Estar ali, de frente para aquela telona, submersa em histórias que nos atravessa de tantas maneiras, sendo bombardeada por cores, sons, sensações, sentimentos, coreografias e atuações; foi enriquecedor. Foi como sentir-me em um musical dentro de um grande teatro.
Se o desejo de Blitz era emocionar, trazer leveza e chamar a nossa atenção para assuntos tão necessários, a releitura cumpriu seu papel com excelência, sem deixar o longa cansativo ou batido. E olha que eu não gosto de musicais (confesso). A fotografia é assertiva, a montagem de cenário extremamente bem executada em seus mínimos detalhes, as coreografias são deliciosas e o figurino! Um deleite para os olhos. Cores e mais cores, do mais frio ao mais quente, é um convite que nos leva ao infinito.
É impossível não ressaltar a beleza de Taraji P. Henson (Shut Avery), que voz, que presença, que atuação brilhante. Um Blues que envolve e inspira, que nos suga e nos embala. Fantasia Barrino (Celie) é um universo em uma única pessoa, não poderia ser outra a interpretar tão geniosos papel, tão grandioso e inenarrável! Ela merecia todas as premiações possíveis. É como uma força da natureza estrondosa. Danielle Brooks (Sofia) é uma combustão que lança “na nossa cara” verdades duras de um tempo atemporal, que atuação magnífica! Halle Bailey (Nettie) é a esperança que nunca se apagou no coração de Celie, é a suavidade da voz que sai ao mundo buscando a origem e carregando dentro de si quem é, quem sempre foi. A Cor Púrpura chega nos cinemas está semana e nos presenteia com um espetáculo para a alma. A força de uma história com o inefável da música.
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