Bob Marley – One Love (de Reinaldo Marcus Green: King Richard – Raising Champions) é um tributo ao ícone consagrado que elevou sua crença, sua mensagem, seu amor e tudo aquilo que Jah significava ao máximo, unindo opostos em prol da paz e da vida. Não só na Jamaica, no mundo inteiro, Bob Marley ficou conhecido por sua grandiosidade, musicalidade e acima de tudo, espiritualidade. Sua crença, sua bravata e sua buscar pela verdade e por aquilo que Jah lhe mostrou o caminho, o tornou uma das figuras mais significativas na luta pelo reconhecimento, pela vida, pela batalha de equidade e acima de tudo, pelo amor, pois é só sob o Amor, que a gente tem a capacidade de evoluir e abraçar a quem nos atentou a vida!
Continue conosco nessa matéria para saber mais sobre esse filme que chega hoje aos cinemas brasileiros!
O longa tem um recorte bem específico da carreira de Bob Marley, recorte este que fica explicado a escolha, através de falas do seu filho Ziggy Marley, segundo o próprio Ziggy, muito do Bob Marley que nós conhecemos hoje, se edificou exatamente neste período em que ele vivenciou um grande conflito interno advindo das situações extremas que ele vivenciou naquele período. O recorte tem como início o atentado que Marley sofreu ao anunciar o seu show em prol da Paz na Jamaica, logo em seguida temos o seu exílio e o medo. O medo de enfrentar a verdade, de perder àqueles que ele amou, os conflitos em sua terra natal e tudo o que ele poderia fazer para apaziguar, mas que ele ainda não encontrava dentro de si a força necessária para enfrentar toda situação, acima de tudo a necessidade de entregar ao mundo algo novo, alto totalmente inédito que desafiasse a si, em primeiro lugar. Como uma resposta daquilo que ele buscava.
Fora neste exílio, sofrido, longe de sua família, longe de sua parceira e companheira de vida, porque Rita era exatamente tudo que mantinha Bob Marley firme, ele precisou se pressionar a enfrentar o turbilhão frente-a-frente. Por mais que ele deixasse bem claro que tudo que ele fazia não era política, mas sim música, a potência das letras de Bob Marley eram, por si só, a política de paz e liberdade que a Jamaica almejava como um horizonte de liberdade.
Bob Marley compôs a canção e o álbum “Exodus”, que fora o ápice para sua turnê a rodar o mundo: “One Love Peace Concert – 1978″. Turnê está que expõe todos os demônios de Bob Marley para ele mesmo, a doença que se apresenta como realidade, o ciúme que corre em suas veias e o leva a um confronto com Rita, mas para além de tudo, um confronto contra o próprio homem que ele se fez ao longo dos anos e todo laço que Rita e ele têm. Que ultrapassa o entendimento ordinário que uma sociedade imprime ao sujeito. “Exodus” é a alforria do turbilhão de sentimentos, pensamentos, vivências e exaspero que assombravam Bob Marley de dentro para fora.
O caminhar dos tempos, os grandes hits e os shows lotados, eram a cada ida e a cada volta um encontro do Eu-Eu, que ele sabia que o esperava e que ele tinha de enfrentar, porque era só abrindo-se para o perdão, para verdade, para o Eu-Eu, para Jah e para o Amor e propósito de seu caminho, que every little thing gonna be all right (Three Little Birds). E assim ele voa, levando Exodus por grandes países da Europa, da África e da América Latina. Indo de desencontro com os contratos firmados, Bob finaliza a turnê na Europa e parte para Jamaica, fazendo as pazes com o seu Bob Marley do passado, levando ao povo a mensagem de Jah que corria por suas veias há tantos anos, ele estava pronto, finalmente, para subir ao palco e fazer aquilo que sabia fazer de mais incrível: entregar no coração de cada um a paz e o amor!
Enquanto espectadora, eu senti que o filme soube contemplar a mensagem que assim se propôs e nos mostrou como aquele corte de tempo fora tão significativo e necessário para que Bob Marley pudesse se tornar o Ícone que o mundo todo ouviu e valorizou. Para que ele pudesse se edificar enquanto a voz que trazia visibilidade ao Povo Rastafari, mostrar ao mundo que o Homem e a Mensagem são um só e a paz só é possível quando dentro de si ela é plantada, semeada, nasce e pode alçar outros indivíduos. O filme, como eu disse lá no princípio, é uma ode a quem ele foi, aos principais hits que fizeram sucesso e porque fizeram sucesso, não é uma biografia ordinária que vai contar a vida da pessoa do início ao fim como um livro em telona. É o que precisava ser, uma lembrança a todos nós de que a paz é sim possível, de que o AMOR é o único possível em meio a tanta incerteza, dor, conflitos e desumanidade. Abraçar a quem lhe atenta a vida, é um nível de evolução e entrega à humanidade que dificilmente conseguiríamos alçar.
Bob Marley é sua música, é One Love Peace Concert, é Jah, é Ras Tafari (Rastafari), é pai, é amigo, é companheiro e esposo, é um sujeito de coração grande e crente, é um grande espiritualista (e desejo que aqui eu não seja má interpretada) e para além de qualquer definição, Bob Marley é eterno em cada um de nós que vê como caminho de futuro e evolução a Paz e o Amor o Eu-Eu sem a competição e exclusão não saudável do outro. Essa grande produção executiva que contou com nomes como Brad Pitt ao lado da família de Bob Marley: Ziggy Marley e Rita, chega aos cinemas brasileiros essa semana e traz um sentimento único dentro do coração de cada um de nós! A força da natureza incrível de um homem mulato que fez pelo seu povo muito mais do que ele poderia sequer imaginar. Tenho certeza de que, se você abrir sua mente e apenas se deixar levar pelo Reggae, vai adorar o show e a mensagem que Bob Marley One Love, tem para te mostrar. Bom filme e Rastafari!
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