O filme O Jogo da Morte, é uma adaptação cinematográfica baseada no desafio “Baleia Azul”. O longa chega aos cinemas com uma pegada que tenta servir como alerta aos pais, sobre os perigos que se pode encontrar na internet, apoiando-se, no entanto, em uma atmosfera de suspense e tentativa de terror.
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Para quem não se recorda, “Baleia Azul” foi uma brincadeira macabra, que se popularizou em 2017. Consistia em incentivar os jovens a se mutilarem e cometerem suicídio, cumprindo uma série de desafios que lhes eram obrigatórios. A partir daí, a trama irá se desenvolver buscando expor o quanto este jogo se tornou um grande problema para os adolescentes que o descobriram e como isto poderia, potencialmente, aterrorizar aos pais e à sociedade.
Apesar de seus esforços, o filme não se desenvolve tão brilhantemente, em alguns momentos nota-se a falta de mais diálogos, mais intensidade naquilo que se quer transmitir enquanto mensagem, mais responsabilidade para com a temática abordada. Entretanto, quando pensamos em filmes do gênero, que busca uma roupagem de gravação caseira, independente, tentando nos imergir na realidade, o filme se desenvolve dentro do esperado. Sem grandes profundidades sociológicas, por assim dizer. Mas, deixando subentendido o quão delicado e perigoso pode ser o universo digital, sem uma estrutura psicológica bem acompanhada, ou seja, se não há um apoio estrutural dos responsáveis legais do sujeito, tudo pode ser permitido e tudo pode acontecer, de um simples nude ao suicídio por “lavagem cerebral”.
O Jogo da Morte segue a protagonista Dana, que procura respostas para a morte inexplicável e repentina de sua irmã mais nova Julia, que se jogou na frente de um trem e deixou apenas um pequeno vídeo gravando o ato. Envolvida em seu luto e buscando explicação para tal atrocidade, Dana encontra coisas suspeitas no computador de sua irmã. Ao fazer login no notebook de Julia e o vasculhar por inteiro, Dana descobre que ela estava envolvida em uma espécie de brincadeira (através de um grupo) na qual era chantageada e obrigada a tomar atitudes drásticas, como se mutilar física e psicologicamente.
Com sede de vingança e desejando que mais ninguém passasse por esta situação, Dana resolve entrar para o grupo, a princípio, conta com a ajuda de sua melhor amiga Vika, que a acompanha na busca e pesquisa pelos responsáveis pela tragédia ocorrida com a irmã. Em algumas cenas, a gente nota que suas ações são um tanto quanto improváveis, tal como colocar fogo em um casaco no corredor de um prédio para invadir um apartamento, sem ser notada. É um limbo que não tem conexão e se torna até ridículo, mas encaixa na história que a própria personagem cria como solução para suas buscas.
Entregando-se cada vez mais ao seu objetivo, Dana comete erros, enfrenta o grupo terrorista que desconhece e cai em um dos golpes mais “plot-twist óbvio” possíveis, o que pode ganhar um certo refresco para o filme, mas ainda sim já fica bem notório do que se trata. A pegada suspense, terror, talvez não fosse tão necessária, uma vez que não havia como conectar a algo sobrenatural, mas também cria uma atmosfera que prende um pouco da atenção do telespectador.
Por fim, O Jogo da Morte é dirigido pela cineasta russa Anna Zaytseva, reflete sobre os perigos da exposição online e a preocupação dos pais com a segurança das crianças, abordando estes temas sérios sem muita complexidade ou a devida atenção merecida. Em termos de filmografia, é mais do mesmo, se comparado aos filmes que se assemelham a esta pegada, que saíram nos últimos anos. Com estreia prevista para esta semana, nos cinemas do Brasil, é uma opção para quem gosta de filmes que envolve adolescentes se filmando o tempo inteiro, utilizando as câmeras de iPhone e Macbook, fazendo essa transição de cena apenas por conteúdos “caseiros” e entregando uma história bem ordinária orgânica.
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