A monumental produção de Denis Villeneuve, Duna Parte 2, chega aos cinemas esta semana, 29 de fevereiro e, sem sombras de dúvida, é um dos maiores filmes de ficção científica dos últimos anos.
Não é surpresa para ninguém que Frank Herbert é um gênio da literatura Pop, e não poderíamos esperar outro resultado de uma, nova adaptação, do que a magnitude que a primeira trilogia deste gênio merece.
Continue conosco para ficar por dentro deste filme que promete ser um dos grandes sucessos dos cinemas de 2024!
A mente eloquente de Denis Villeneuve, conseguiu absorver cada mínimo detalhe de Duna Parte 2. Para tanto, co-escreveu o um roteiro que, sozinho, se faz surpreendente e instigante; não deixando para traz alguns detalhes importantes presentes nos livros, permitindo que a nossa imaginação (e paixão) se encontre em sincronia com a saga de Frank Herbert.
Se, em Duna Parte 1, ele preparou o terreno em uma narrativa mais letargica que nos pudesse levar a compreender os detalhes mínimos e necessários para o jogo político, como um todo e as ramificações originadas deste, aqui, em Duna Parte 2 ele não deixa dúvidas! É ação do início ao fim enquanto Paul Atreides se lança em sua jornada. Não pense você, no entanto, que por ser um filme de muita ação ele está desconexo do primeiro, ledo engano!
O filme dá start exatamente onde o primeiro parou, em uma sequência de contagem de meses e fatos que rapidamente reativa a nossa memória. Paul Atreides quer destruir o império de caça e exploração às especiarias, que é liderado por Baron Vladimir Harkonnen; unindo-se ao povo do deserto e mergulhando em seus costumes. Essa conexão – de um filme para o outro – já se dá a começar pela frase inicial, que envolve as especiarias. A grande causa de tanta insanidade na roda política ambiciosa e letal que gira em Arrakis. E por falar em letalidade e ambição, as Bene Gesserit estão com tudo nesta continuação do longa, entregando mais do que nós, espectadores, poderias conceber. Que a participação das misteriosas e centenárias mulheres, Bruxas, era indispensável, isto foi perceptível logo no primeiro filme, mas, que elas são a engrenagem que “equilibra” a balança pendendo aos seus interesses e define o destino de todos os homens; este frescor diz tudo.
Denis Villeneuve tem conseguido trazer muito bem a importância da existência desta Ordem Bene Gesserit, com a potência e entrelinhas que só sua mente extraordinária conseguiria, porque não diz, de primeira, a quem servem, ao que servem, a qual propósito elas se colocam. Em 2021 esta dúvida pode ter pairado na mente de muitos dos espectadores, mas a partir do dia 29 de fevereiro de 2024; a grande maioria dos curiosos e apaixonados poderão entender melhor quem manda na situação. E por quê destacar isto é importante? Porque a mãe de Paul, a Lady Jessica Atreides (Rebecca Ferguson) é a força motriz que desperta no coração do povo fervoroso das terras do Sul, a crença no messias que se faz vivo em Paul Muadi’Dib, Usul (o Pregador como ficará conhecido mais de doze anos após a guerra santa que vem travando em nome de uma lenda).
Lady Jessica Atreides, grávida, se une ao povo Fremen tornando-se uma de suas Reverendas Madre, através de um ritual do qual ela estava familiarizada por ter sido bem treinada pelas Bene Gesserit. Através da ingestão do sangue dos Vermes do deserto (veneno), ela desperta para a nova vida, passando pelo processo de se tornar quem ela estava destinada a ser. Em meio a vozes, necessidades, interesses políticas, interesses religiosos e, principalmente poder, ela dissemina a sua verdade pelo povo, pelos mais fracos, pelos mais amedrontados e pouco à pouco adentra a mente de Paul guiando-o ao que ela, de fato, arquitetou e vislumbrou. Independentemente do que o futuro reserva e de quantas perdas serão necessárias para isto.
Paul Muadi’Dib, Usul vê-se dividido entre o amor que sente por Chani (Zendaya), sua promessa de libertação do povo Fremen, a vingança pela morte de seu pai, as visões e herança de um sangue amaldiçoado de Jihad, a profecia em se tornar o Messias que salvará o mundo ou a união de todos em um único homem. A jornada de Paul Muadi’Dib, Usul se torna cada vez mais desafiadora a medida em que ele se reencontra com uma pessoa importante do passado e precisa cumprir aquilo que lhe é imposto como destino. Embora Chani o tenha alertado sobre os riscos e deixado bem claro que a escolha dele afetaria a todos, inclusive ao relacionamento deles, Paul segue com seus desafios e enfrenta a morte em uma luta pessoal usando o sangue dos Vermes.
Chani tem relevância crucial para a sequência da história, mas é pouco explorada no longa, entretanto, sem ela nada gira e pouco-a-pouco vamos compreendendo o porquê (o que já abre margens para mais longas em vista). A Lágrima que não abaixa a cabeça para ninguém e não se deixa convencer por menos, é a única sanidade de Paul. A fama de Muadi’Dib, espalha-se pelo mundo e irrita profundamente Harkonnen que deseja a cabeça deste Rato a todo custo. O que ele não sabe, ainda, é que a pessoa que vem destruindo todo seu arsenal é exatamente o filho de seu grande inimigo, para surpresa de todos, ainda está vivo.
E a notícia que, até então, era uma especulação se confirmou quando o jovem Messias se ascende enquanto Paul Atreides Muadi’Dib, Usul e gera uma comoção entre centenas de seguidores fanáticos, crentes de todas as profecias que lhes salvaram e lhes levaram a herdar a tão sonhada terra fértil.
Enquanto, nos desertos, o mocinho vem crescendo, nas outras dimensões a maldade também tem seu papel crucial e, aqui, chegamos ao tão espetacular Feyd-Rautha (Austin Butler), sobrinho de Harkonnen que liderará o grande exército cinza até os esconderijos do Deserto para caçar e aniquilar Muadi’Dib e seus seguidores.
Austin eleva seu vilão a um personagem digno de comparação ao Coringa de Heath Ledger, talvez pela liberdade de conexão e criação de seu próprio personagem. Nos brinda com um Feyd-Rautha implacável, sanguinário, determinado, facilmente manipulável por Margot Fenring (Léa Seydoux), uma das Bene Gesserit. O encontro faiscante e alucinante entre Feyd-Rautha e Paul Muadi’Dib, Usul é de fincar as unhas na cadeira do cinema e não respirar por um segundo, até que você possa entender o que se passa. Duas personagens que aparecem em poucos lances do filme, mas que serão essenciais à continuação da Saga, é Irulan Corrino (Florence Pugh) e a irmã de Alia Atreides (Anya Taylor-Joy), cada qual cumprindo o seu propósito para os próximos anos de guerra que virão à tona.
Por fim, a obra prima que é trabalhada nesta segunda parte de Duna, é de se embasbacar, impressionar, ficar sem palavras! Seja pela composição da trilha sonora que ainda continua a cargo do magnífico Hans Zimmer, seja pelas fotografias, seja pelo jogo de câmeras, seja pelo figurino (cada detalhezinho primoroso), seja pela maquiagem ou simplesmente pelo contexto inteiro. Nós, telespectadores, conseguimos nos manter em êxtase enquanto acompanhamos os aprendizados do jovem Paul, porque é totalmente palpável o vislumbre da qualidade irretocável da criação de Denis Villeneuve, o formato com o qual ele consegue trabalhar dimensões é surreal e trazer à vida os gigantescos Vermes do deserto em que o povo Fremen utilizam para montar e se transportar.
É difícil conceber em palavras, o resultado final de Duna Parte 2 pode ser apenas vivenciando, experienciado ao máximo em IMax, para entendermos como é que este homem consegue traduzir tudo que ele pensa, em uma direção de produção, de câmera, artística de tudo, da forma com a qual ele trabalha. E, é exatamente por isto, que a gente diz que essa produção é uma das maiores dos últimos anos (sem perder para a minha favorita, Interstellar), porque te sequestra os olhos, a mente, o coração, a empolgação do início ao fim! Totalmente imperdível. Você não vai se arrepender!
Obrigada pelo seu comentário! :-)