“Beetlejuice, Beetlejuice”, os fantasmas ainda se divertem e muito! O novo longa de Tim Burton chega aos cinemas esta semana e traz muita nostalgia aos fãs de carteirinha!
Se você é daqueles apaixonados pelos trabalhos de Tim Burton e CIA, então você pode vir esperando aquela nostalgia das produções dos anos 80, a trilha sonora pelo fiel parceiro, Danny Elfman, já nos leva à imersão desde os primeiros segundos do filme.
A filmografia que traz a tão famosa maquete de Winter River enquanto o cast é exibido em tela, nos primórdios do filme, mantêm a atmosfera fantasy comedy horror film dos anos 80 que é delicioso. E, claro, muito típico da direção de Burton.
BEETLEJUICE, NOSTALGIA
Beetlejuice e sua nostalgia para com as grandes produções dos anos 80, em especial, com seu predecessor que estreou em 1988, marca presença neste longa.
Originalmente Beetlejuice (1988) foi escrito por McDowell e Larry Wilson, o filme sequência é escrito por Alfred Gough, Miles Millar e Seth Grahame-Smith baseado no texto original.
Trago aqui esta informação, porque penso que foi bem similar e fiel aos traços de roteiro do filme de 1988. Não deixando a decepcionar os seus criadores.E, assim o filme segue, trazendo esta vertente de buscar as raízes e conseguir nos levar e nos trazer de lá para cá e daqui para lá tal como uma máquina do tempo.
Penso até que, alguns efeitos e maquiagens, são propositais, atraindo pelo afeto os apaixonados pelos anos 80/90. As cores do filme, que equilibram-se entre o colorido e o chapado se casam em perfeição com a trilha sonora e a montagem de cenário.
Descolando-se pouco de seu predecessor em termos de manter a pegada original e a qualidade de direção, filmografia, edição, figurino, roteiro, maquiagem, trilha sonora, fotografia; “Beetlejuice, Beetlejuice” é muitíssimo bem equilibrado e delicioso.
BEETLEJUICE, DESENROLAR DO LONGA
O desenrolar do longa segue buscando uma atualização em suas piadas e colocações que, certamente, não passariam em branco nos tempos atuais. Principalmente no que tange o comportamento de Beetlejuice.
Sabemos que o filme tem suas peculiaridades bizarras que fazem parte do enredo, que o tornam tão bom e um sucesso tão grande, porém, nos tempos atuais manter a narrativa do personagem tal como ela é; torna-se problemático.
Porque há um machismo e um assédio muito claro do personagem quanto às mulheres que atravessam seu caminho. Isto, no clássico.
Atualmente, há uma crítica intrínseca ao modo de agir do personagem, suas características ainda são as mesmas, mas com a intenção clara de uma crítica a este tipo de homem, que hiper sexualiza todas as mulheres. Além do erro de querer casar-se com uma criança (no primeiro longa).
Aqui, a personagem Lydia Deetz, deixa bem claro a problemática da coisa, trazendo a idade dele como ponto para que esse casamento não aconteça, porque sim, a obsessão de Beetlejuice ainda se mantêm a mesma.
Eu estimava que a participação da Bellucci fosse um pouco mais presente e intensa, mas cumpriu ali o papel de sua personagem. Sua busca por vingança é um tanto clichê, talvez pudesse ser melhor explorado em termos de roteiro, colocando-a em um outro lugar.
Aqui temos a perseguição que se coloca contrária, enquanto Beetlejuice persegue Lydia, Dolores (Monica Bellucci) persegue o Próprio, expurgando todos que estejam em seu caminho. Colocando-nos as questões primárias de como Beetlejuice é escroto em várias situações e, principalmente, mulherengo.
[ALERTA SPOILER] Aliás, algo que achei intrigante é como um sujeito ainda pode ter alma após a morte, podendo cair por terra muitas teorias neste campo, afinal de contas, Dolores é uma sugadora de almas e todos os que se colocam no caminho dela morrem de novo.Alguns easter egg no longa, são muito curiosos e gostosos de se vivenciar provocando risos e até mesmo aqueles comentários involuntários próprios de quando algo ativa nossa memória.
A relação de Lydia com Astrid é típica de uma relação de mãe e adolescente, sendo atravessada pelo falecimento do pai de Astrid (marido de Lydia) e, posteriori, o seu avô (pai de Lydia).
Esta dor em comum à elas, a princípio, lhes afasta e com decisões não tão favoráveis que cada uma escolhe pra si, elas se unem para um princípio em comum: viver o melhor da vida.
E talvez, aqui, a gente possa ter este panorama bacana que ambos os longas nós propõe, a possibilidade de enxergamos como a vida vale a pena ser vivida.
Pensar sobre a morte, o que vem depois, se vem algo depois, torna-se vital e necessário para que saibamos como lidar com este sentimento.
Que é, até o momento, a certeza de todos os sujeitos. Afinal, o que nos aguardo ao último fechar dos olhos, é o Trem Para Além Vida. Trem este que é abordado no longa de forma extremamente divertida e convidativa.
Proporcionando, talvez, uma boa sensação em relação a uma temática tão rodeada por tabus e medo em nossa cultura ocidental.
Beetlejuice, Beetlejuice, harmoniza um elenco de peso, um roteiro pouco elaborado, trilha sonora maravilhosa, fotografia típica das montagens de Burton; cores e mais cores mistas e precisas. Por fim, aquele figurino estimado que é a cervejinha do bolo com ou sem glassê verde doce e esquisito.
CONCLUSÃO
E por falar em comédia, sim, o filme têm suas doses de comédia à medida, principalmente nas entrelinhas. Se comparado ao seu predecessor, a atualização para os tempos atuais, sem dúvida, pode ter sido um desafio.
Mas, ao frigir dos ovos, ou dos ossos, ou dos olhos, ou quaisquer que sejam os trocadilhos mórbidos; soube contornar muito bem!
Um dos grandes destaques diferenciados, na minha opinião, foi o Trem Para Além Mundo, gente!! Digo, sem medo, que já estou pronta para embarcar neste Trem e, tenho certeza, morbidamente ou não, você também vai querer! Ironias e entrelinhas à parte, quem é fã sabe que delícia é assistir às produções de Burton.
Não perca essa estreia esquisitamente sensacional e nostálgica!
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