Não Solte! estreou no dia 31 de outubro nos cinemas brasileiros e trouxe uma nova experiência ao terror para o Halloween. O filme, com a intrigante premissa de “nunca soltar a corda”, mergulha o espectador na jornada tensa de uma família peculiar: uma mãe (Halle Berry) e seus dois filhos, que precisam sobreviver a uma floresta amaldiçoada e repleta de perigos sobrenaturais.
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Sob a direção habilidosa de Alexandre Aja, o ambiente claustrofóbico e opressivo da casa onde grande parte da história se passa é meticulosamente construído, capturando o público em um constante estado de alerta. Com uma fotografia que oscila entre a segurança ilusória do lar e os momentos de risco ao ar livre, acompanhamos cada passo dos personagens com um crescente senso de apreensão. Embora o visual das criaturas da floresta deixe a desejar, a tensão cresce com a regra clara: sair da casa exige manter-se preso a uma corda. Esse limite, entre o conhecido e o desconhecido, gera os momentos mais fortes do filme, oferecendo cenas de suspense que capturam o medo de ultrapassar o “permitido”.
Destaque para Anthony B. Jenkins como o obediente Samuel e Percy Daggs IV como o
questionador Nolan, que dão vida a irmãos em conflito – um rigorosamente leal à mãe, o outro disposto a desafiar as ordens. Halle Berry, como a mãe, traz uma atuação sólida e convincente, ainda que seu impacto perca força com o desenrolar da trama. A metáfora das amarras faz um paralelo interessante em como os três, que estão famintos, devem seguir à risca todas as regras apresentadas pela figura matriarca, como a veneração pelo lar e a necessidade de temer com toda a força, o mal de todo o universo exterior.
[Alerta de Spoiler] Dúvidas contra o que se existe no que está além surge nas crianças e no público, a figura materna, apesar de se apresentar bastante devota a proteger com unhas e dentes suas crianças, se revela ao longo da narrativa como autoritária. Elevando ainda mais a desconfiança do espectador, pelo fato das crianças não conseguirem ver, e muito menos sentir a presença maligna.
O longa homenageia o clássico A Vila, de M. Night Shyamalan, ao construir uma pequena
comunidade isolada em uma floresta repleta de ameaças, onde os jovens precisam lutar por sua sobrevivência e enfrentar o mal imposto pelos adultos. Ainda assim, o filme mantém sua originalidade, com elementos próprios e uma identidade única que tornam a experiência
verdadeiramente singular. Não Solte! é uma experiência imersiva, as atuações e a ambientação são o triunfo do longa, criando um clima perfeito para este Halloween. Para aqueles que amam um suspense e mistério, “Não Solte!” surpreende ao explorar até onde o medo da liberdade pode levar. Sem ser pretensioso, o filme promete se tornar o novo queridinho dos fãs de terror psicológico.
Crítica por Marcus Silva
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