Gladiador 2 é estrondoso, imperdível e maravilhoso. Trazendo um novo grande sucesso aos cinemas, sendo o melhor dos últimos tempos.
Há 24 anos atrás, Ridley Scott teve um grande triunfo com o lançamento de Gladiador, a partir daí, Ridley Scott se tornou uma máquina de criar filmes, entregando um título atrás do outro, em um ritmo frenético que chegou a surpreender até mesmo seus críticos.
Aos 86 anos, ele traz Gladiador 2 aos cinemas de forma estrondosa, superando grandes expectativas. E tudo isso em apenas 51 dias. Aparentemente, Scott abraçou, depois de décadas, um ritmo frenético e essa urgência criativa que o cinema atual pede.
Ao invés de seguir a fórmula previsível e simplesmente dar continuidade à história do general que desafiou o imperador, Scott nos surpreende com uma reviravolta: ele mergulha em uma dinâmica completamente nova, muito mais conectada com seu estilo moderno, do que com a mensagem estóica de Maximus (Russell Crowe).
Em um movimento audacioso, ele nos apresenta um novo tipo de herói, um general que perdeu tudo, foi escravizado e, ao contrário do Maximus original, não está aqui para lutar por honra ou redenção.
Ao invés de simplesmente repetir os mesmos arquétipos do primeiro filme, Scott divide as virtudes e os dilemas de Maximus entre dois novos personagens: Lucius (Paul Mescal) e Acacius (Pedro Pascal).
Lucius, que está imerso no rancor e na brutalidade do Império Romano, é consumido pela amargura e pelo desejo de vingança. Ele odeia o Império por tudo o que tirou dele.
Enquanto isso, Acacius, um general e comandante, luta por um império que, ele acredita, está irremediavelmente corrompido.
O confronto entre eles é inevitável, e Scott faz com que suas trajetórias se entrelacem de forma explosiva, com Lucilla (Connie Nielsen) servindo como o ponto de tensão emocional no centro da história.
A política e as intrigas palacianas ganham um tom visceral em Gladiador 2, e não há escolha melhor para dar vida a essa trama do que o imenso talento de Denzel Washington como Macrinus.
Ao interpretar o vilão da história, Denzel vai dominando o filme gradualmente, cena após cena, de maneira tão astuta e sedutora quanto o próprio personagem.
Como um reflexo do papel, ele se adapta à política mesquinha de Roma, com uma atuação que vai crescendo em intensidade. Macrinus, ao contrário de Maximus, não vive para a glória ou a eternidade, mas para o aqui e agora. Macrinus manipula o sistema político de Roma com a mesma destreza com que dribla as regras morais.
Gladiador 2 mergulha, literalmente, no megalomaníaco, na fantasia e nas cores vibrantes para retratar uma Roma sitiada, com seu povo acordando aos acontecimentos atroz. Geta e Caracalla (interpretados por Joseph Quinn e Fred Hechinger) são uma extensão ainda maisi insana da tirania de Commodus (Joaquin Phoenix).
E as lutas no Coliseu? Elas deixam para trás as espadas e saias e passam a incluir rinocerontes, tubarões e outras criaturas selvagens, levando a guerra para um nível completamente megalomaníaco, atiçando todos os burburinhos que a História nos conta.
Gladiador 2 é uma reinterpretação à flor da pele, que se recusa a ser apenas uma simples cópia, gerando um novo triunfo que pode vir a abrir brechas imaginativas para mais.
O cinema de Ridley Scott escalou um patamar indiscutível. Gladiador 2 é um filme estrondoso, irreverente, crítico, direto e muito intenso. A breve nostalgia dos segundos de aberto dão lugar às batalhas épicas e MARAVILHOSAS dirigidas por Scott. Novamente, ele se supera e entrega um dos melhores filmes de época dos últimos tempos.
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