Herege, o novo terror da produtora A24 estreou dia 20 de novembro! O ano de 2024 está sendo um grande ano para o gênero. Filmes como “A Substância“ e “Maxxxine” foram destaques que saíram da bolha dos amantes do horror. Nesse sentido, Herege surge como uma obra repleta de elementos que estão em alta atualmente.
Continue conosco nessa crítica para saber mais sobre Herege!
As protagonistas, a irmãs Barnes e Paxton são membros de uma igreja mórmon e participam de missões de conversão de fiéis, nas ruas e residências, onde são constantemente ignoradas e zombadas pelos moradores. A relação das personagens logo de início apresenta um estranhamento, e uma cordialidade artificial, com diálogos sempre direcionadas a igreja, não transmitindo verdade sobre o que sentem, deixando isso bem evidente nas expressões faciais.
Entre as casas que visitam, são levadas a um casebre distante da cidade, local onde reside um senhor que as convida a adentrar para aprender sobre os ensinamentos e conhecer sua esposa doente. Sendo a condição de haver uma mulher no ambiente a única condição que as permite fazer a visita. As atuações de Sophie Thatcher e Chloe East são viscerais, assim como outros filmes recentes como “Longlegs”, temos um protagonismo de pessoas introvertidas e tímidas, sendo um dos elementos utilizados no terror mais impactantes dos últimos tempos, as reações contidas e cheias de sentimento elevam a profundidade da narrativa e nos imerge no desespero que ambas irão vivenciar.
Hugh Grant interpreta Mr. Reed, o antagonista dessas jovens, seu papel é extremamente icónico, um vilão repleto de sarcasmos e deboche a todo momento parece estar testando ao máximo a fé das irmãs Barnes e Paxton. A forma como conduz as viradas na trama é primorosa, apesar das atuações das protagonistas ser excelente, Mr, Reed rouba a cenas por sua dualidade entre um homem meticuloso e sábio, e por outro lado, uma ameaça. A trilha-sonora é cínica assim como o próprio antagonista, utilizando de músicas que contrastam com os momentos tensos. Assim como a filmografia, que utiliza das armadilhas da casa como elementos para causar suspense, como em momentos de repleta escuridão em certos cômodos da residência.
ALERTA DE SPOILERS
A inocência das protagonistas a levam a uma armadilha, a casa de Mr. Reed estava pronta para criar um tipo de “Jogos Mortais” misturado com experimento social. Presas com este homem misterioso em meio a uma nevasca, a casa do velho senhor possui tranca nas portas e um sistema de luzes cronometrado potencializam a tensão nos momentos de apagão, sentindo o espectador o pavor na própria pele.
Sem saída, são obrigadas a explorar os fundos da casa, repleta de estátuas bizarras e um templo macabro, são obrigadas a participar de um experimento claustrofóbico no porão, que mais se para com uma masmorra, para sobreviver. Mr. Reed cria uma maquete de madeira idêntica ao porão como alegoria ao seu controle sobre as duas, em duas bonecas de madeira criadas pelo próprio. Sendo uma metáfora bem simples e pouco explorada, visto que, presente nos posteres e na divulgação, não foi um elemento que de nenhuma forma agrega o enredo sendo um recurso totalmente descartável.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, Herege apesar de pouco ambicioso acerta em seu objetivo de tirar o fôlego nos momentos de tensão, além da perseguição muito bem executada, com excelência. Mesmo que, no geral a narrativa utilize de muitos artifícios presentes em outras obras famosas no horror. Recomendo com toda a certeza a ida ao cinema, para curtir ainda mais toda a ambientação do filme, que com toda certeza, não é a mesma assistindo do sofá.
Colunista Marcus Silva
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