Wicked é a adaptação de um dos musicais mais famosos da Broadway, com milhares de fãs ao redor do mundo, sendo um destaque por suas músicas grandiosas. O apego dos fãs ao musical exigiu a divisão da história em dois filmes. A primeira parte de Wicked estreia esta quinta, dia 21 de novembro.
Baseado na obra literária iniciada em 1900, o longa-metragem carrega o peso de um legado já revisitado inúmeras vezes, como no clássico O Mágico de Oz (1939) e no recente Oz: Mágico e Poderoso (2013). Essa bagagem impôs um desafio à produção: manter a essência do mundo de Oz enquanto presta homenagem ao espetáculo teatral.
Para isso, o filme optou por uma abordagem visual diferenciada, recriando todo um reino em cenários reais. Em um momento em que os efeitos especiais predominam, essa escolha trouxe autenticidade ao longa, intensificando a imersão do espectador e realçando as atuações.
Para isso, o filme optou por uma abordagem visual diferenciada, recriando todo um reino em cenários reais. Em um momento em que os efeitos especiais predominam, essa escolha trouxe autenticidade ao longa, intensificando a imersão do espectador e realçando as atuações.
Investiu-se no longa-metragem valores altíssimos para divulgação, desde a repaginada de Ariana Grande para interpretar Glinda com seu visual loiro e vestes corde-rosa. As atrizes fizeram aparições em vários países, como a grandiosa abertura das olimpíadas na França, deste ano, com um trailer inédito.
A construção de um reino nos sets de filmagem, em vez de optar pela tela verde dos efeitos de CGI, proporcionam um espetáculo visual autêntico. Essa escolha não apenas valoriza os cenários, mas também intensifica a imersão e realça as atuações, conferindo uma sensação mais orgânica de fantasia.
A narrativa central é feita em paralelos entre a crescente da amizade das protagonistas, contra o suspense sobre o futuro dessa relação quando Glinda, logo no início da trama ateia fogo em uma estátua da bruxa verde, muito odiada pelo povo do reino.
Dividir a trama em duas partes abre margem para explorar a fundo a complexidade da relação entre as duas, que ao mesmo tempo é sincera e verdadeira, mas também pode vir a ser trágica com as diferentes motivações que cada uma delas tem.
A trama gira em torno da complexa amizade entre Glinda e Elphaba, figuras centrais do universo de Oz. Glinda, popular e carismática, representa o estereótipo da garota ideal, enquanto Elphaba, rejeitada desde o nascimento por sua pele verde, é uma figura marginalizada que sonha em provar seu valor. A relação entre as duas se desenvolve entre momentos de sinceridade e tensão, culminando em reviravoltas que conectam diretamente à segunda parte da história.
De fato, a escolha de contar a história como um musical era óbvia, mas também um grande acerto, a escolha de Cynthia Erivo como Elphaba e Ariana Grande como Glinda, engrandecem a obra, as peças musicais de cada uma das personagens são magnificas.
Ariana Grande traz uma doçura convincente e um entusiasmo perceptível em cena, enquanto Erivo desconstrói a imagem tradicional da vilã, apresentando uma personagem sensível e determinada. O contraste entre as duas é sustentado por atuações emocionantes e intenso, além de números musicais que refletem com intensidade os conflitos internos de cada uma.
Michelle Yeoh, como Madame Morrible, adiciona peso dramático ao enredo. Sua presença como uma mentora cheia de mistérios sobre magia estabelece momentos de tensão e contribui para o desenvolvimento das protagonistas, fomentando a rivalidade por seu favoritismo de acordo com seus interesses ao longo do enredo.
As criaturas desse reino são falantes e são tratadas como pessoas, até o momento que estes animais começam a ser caçados e enjaulados, momento que a bruxa verde deve interferir com seus poderes e buscar ajuda na Cidade das Esmeraldas liderada pelo Mágico de Oz.
Toda a filmografia da obra aposta em tons vibrantes e coloridos. A imersão no mundo de Oz é fácil para o espectador, as quase três horas de filme permitem que a produção visual esmiuce cada canto do castelo, desde os quartos até a biblioteca, cada uma segue um número musical repleta de figurantes coreografando em cenários gigantescos.
A música, elemento central de Wicked, foi tratada com cuidado, preservando a essência do musical original, mas adaptando-se ao cinema de forma fluida. A escolha de dividir a história de Wicked em duas partes permitiu incluir um número maior de números musicais, mas pode se tornar maçante para quem apenas queira assistir um filme leve, as três horas do longa podem ser cansativas de assistir para quem não possui familiaridade com musicais.
Além disso, o final deixa muitas pontas abertas, dependendo fortemente do lançamento da segunda parte para alcançar sua conclusão narrativa. Wicked é uma experiência visual e emocional que vale a pena ser assistida nos cinemas, prestando uma homenagem respeitosa ao universo de Oz e ao musical original.
Apesar de seus desafios, como a longa duração e a divisão em dois filmes, o longa é brilhante, com atuações impactantes, uma produção visual que capricha em cada detalhe em cena, e uma narrativa rica em complexidade. Para os fãs de musicais, é um deleite; para o público geral, uma experiência que pode exigir paciência, mas que certamente é uma das maiores obras deste ano.
Por: Marcus Silva
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