Cabrini estreia esta quinta, dia 28 de novembro, a biografia de Francisca Xavier Cabrini, uma imigrante italiana ativista em prol dos direitos das crianças e dos imigrantes, canonizada como santa pela Igreja Católica, teve um impacto social que ressoa até os dias atuais nos estados unidos e no mundo pela sua rede de hospitais, que de acordo com o longa foram conquistados pelo sangue e suor.
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Se passando em 1946, seu senso de justiça sempre foi perceptível desde quando, em Roma, a religiosa enfrentava o Papa Leão XIII, com a vontade de expandir seu trabalho a comunidade para outros países do oriente, como a China. Diante de suas constantes provocações à igreja por fim foi convidada a iniciar sua jornada global nos Estados Unidos, qual enfrentavam um forte preconceito contra estrangeiros.
O diretor Alejandro Monteverde de origem mexicana é envolto em grandes polêmicas envolvendo seu filme anterior Som da Liberdade (2023), visto o enredo polêmico da figura heroica do filme, que na verdade, atualmente está sendo acusado por diversos crimes. Em contrapartida a Cabrini, que de fato é uma história interessante e que possui vários pontos altos quanto a discussão sobre preconceito e pobreza mesmo que toda a produção envolta seja relacionada tenha um pensamento conservador.
A canalização da força feminina direcionada a causas sociais e relacionadas a religião parecem ser bem aceitas pela produtora e ao público alvo que este filme busca alcançar. Portanto a trama se omite quanto a outros movimentos sociais relacionados a liberdade feminina.
De fato, as ações da personagem foram transformadoras até mesmo em seu acolhimento em mulheres italianas que se trabalhavam em bordéis nos Estados Unidos, as tratando sem distinção e as acolhendo em sua missão. Porém, a conversão dessas mulheres impuras para a religião era presumida, se tornando fieis tanto a causa da italiana quanto a igreja.
Os figurões da época como o arcebispo e o prefeito de Nova Iorque são os principais antagonistas do projeto de Cabrini, se prolongando por mais de duas horas de filme a movimentação da personagem em conseguir o apoio do povo americano, até mesmo recorrendo diversas vezes os jornalistas para expor a situação precária que os imigrantes viviam na metrópole.
Inicialmente focando em trazer crianças que viviam em condições de ratos, vivendo em esgotos, para seu orfanato, que, além de bem-sucedido, se expandiu ao nível de ser convidada a participar da promoção a saúde para as comunidades carentes, logo se, já havia comprado briga com os poderosos, seu objetivo se tornou ainda mais audacioso quando teve de contar com a ajuda de empréstimos em troca dos bens que havia conquistado em seus anos de administração pelo orfanato, além de médicos, que também eram imigrantes de outros países, se solidarizaram com a causa.
Diante todo o contexto em que o longa se insere a força da mensagem da protagonista se dilui, o que com certeza afasta um público maior de conhecer o contexto social de desigualdades e preconceitos quais foram abordados. Não sendo uma experiência que se torna indiferente de assistir no conforto de casa ou no cinema. Acredito que o espectador que se comove com tramas religiosas possa, se dividir entre quem concorda com o poder feminino em prol de melhores condições de quem é marginalizado. Mas por outro lado, pode distanciar-se dos extremistas que julguem o fato do acolhimento de Cabrini as mulheres em situação de exploração e seu enfrentamento as figuras masculinas.
Por Marcus Silva
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