A forma como pessoas maduras se relaciona vem sendo discutido com potência desde o lançamento do filme Queer – de Guadagnino – e nessa discussão Babygirl introduz Nicole Kidman como Romy, uma CEO frustrada com seu parceiro devido a monotonia da vida de mãe e esposa.
Continue conosco nessa crítica para saber mais sobre esse filme!
Diante a frustração acerca do tédio em sua vida amorosa com seu marido, interpretado por Antonio Banderas, Harris Dickinson como Samuel surge como um estagiário que acaba de entrar nesta empresa, logo de cara criando um magnetismo pela protagonista por seu tino que é citado durante o longa, de ter a capacidade de saber o que as pessoas querem.
Samuel utiliza o artificio da diferença de idade entre ele e Romy como meio de dominar esta mulher imponente, somado ao fato do cargo de poder que ela ocupar sendo algo trabalhado durante o filme sobre ela ter muito a perder, o que intensifica o jogos de interesse entre os personagens.
A relação carnal e quase instintiva desses amantes não teria o impacto que possui se não houvesse a entrega de Nicole Kidman em um papel – que se analisado em meio a sua carreira – reflete o momento atual da atriz que ainda em 2025 possui muitos olhos voltados para sua beleza, sendo uma das atrizes mais elogiadas por sua aparência mesmo após anos em que viveu sua fase de jovem adulta em Hollywood.
A relação de mulheres em meia-idade com seu corpo também é um tópico trabalho com primazia pela diretora Halina Reijn, que ficou conhecida por seu filme Morte Morte Morte que viralizou nas redes nos últimos anos. Remover o distanciamento de uma pessoa mais velha permite que o público mais jovem, o alvo do estúdio A24, se conectese com a personagem pelo estigma com o corpo que tem se tornado um problema para pessoas cada vez mais novas, em especial as mulheres.
Outro cuidado que a produção do longa teve foi a forma como retrata a relação da protagonista com sua família, apesar de pouca profundidade na atuação dos personagens secundários, a forma leve como lida com a sexualidade de sua filha e sua abertura em compartilhar seus sentimentos com o marido subverte a forma tradicional como o cinema retrata a figura da mãe como a figura mais conservadora e recatada, por uma mulher que além de possuir poder dentro do ambiente de trabalho, se estende uma mãe liberal fora do esperado pela sociedade.
A trilha sonora e a filmografia de Babygirl se alinham em um contraste do ambiente de empresarial, e os locais de festas que participam ao longo da narrativa. Rendendo inclusive uma das melhores cenas quando marcam um encontro em uma balada alternativa com uma melodia marcada pelo eletrônico e flashes de luzes criando uma atmosfera única.
Apesar de haverem vários pontos que se destacam em Babygirl, o desfecho é confuso e diminui o nível de entrega dos atores por trazerem estes ao mesmo local que se encontravam desde o início, não havendo qualquer elemento que desperte qualquer entusiasmo na trama comparado ao resto do filme. Contudo, mesmo havendo um final inexpressivo, a química entre Harris Dickinson e Nicole Kidman torna o longa-metragem como uma experiência intensa e cheia de emoções digna de ser assistida nas telonas para imersão completa nesse romance quase animalesco entre os protagonistas.
Por: Marcus Silva
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