A proposta de Paradise é construir suspense e mistério em torno do assassinato de um presidente fictício dos Estados Unidos. Por meio de flashbacks, explora-se a complexa dinâmica entre o Chefe de Segurança e o Presidente, enquanto, no presente, os desdobramentos da morte do governante revelam segredos e tensões entre os personagens.
A escolha do tema é peculiar se considerada a recém eleição do país no ano passado, que inclusive inspirou o longa Civil War (2024), que trouxe a tona a discussão sobre uma hipotética guerra civil nos EUA, e o impacto que causaria se o presidente fosse assassinado. Da mesma forma, Paradise propõe uma possível conspiração contra o líder do país, que é apresentado como uma figura carismática, porém que se tornou inimigo de várias figuras a sua volta. Na interpretação do ator James Marsden, que recém participou do terceiro filme da franquia Sonic, este é mais um de seus papéis cativantes, mas pouco desenvolvidos, mas que ainda sim consegue criar um apreço do público pela morte do personagem.
Xavier além de proteger o presidente, se tornou um confidente, abordando ao longo do primeiro episódio como se construiu essa relação que se tornou mais uma amizade do que uma relação de trabalho em si. Porém, nos minutos finais a trama expõe uma mágoa do protagonista por algo que fez contra sua esposa, que ainda não foi revelado. O ator escalado para dar vida ao papel de Xavier Collins é o ator Sterling K. Brown, que anteriormente participou do filme premiado ao Oscar: Ficção Americana (2023). Como protagonista o ator trouxe uma atuação menos extravagante, tornando o personagem mais calado, mas que consegue deixar claro com seus olhares o que realmente está pensando, o que de fato aguça a curiosidade do público para o suspense da série.
(Alerta de Spoilers) A comparação a reviravolta (ou o plot), que acontece na série The Good Place (2016), é quase inevitável. Nos segundos finais do episódio a trama revela um contexto surpreende, que na verdade revela a verdade sobre este universo que apesar de parecer com o real, na verdade, é uma cidade artificial criada após catástrofes naturais que ainda devem ser abordadas nos episódios seguintes.
A escolha de trazer uma quebra na narrativa no Paradise tão intensa pode ser arriscada, porém foi uma escolha certa para instigar curiosidade do espectador para o que acontecerá no futuro da série, a partir do que foi apresentado ao final. O que pode ser algo positivo se for trabalhado corretamente ao longo dos 7 episódios seguintes de mais ou menos 50 minutos de duração.
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