Após quase 10 anos do lançamento do terceiro filme da franquia Bridget Jones, o sucesso do primeiro livro que inspirou o primeiro longa garantiu a indicação ao Oscar de melhor atriz a Renée Zellweger em 2002, adaptando as obras da escritora Helen Fielding. Neste ano a trama de Bridget retorna aos cinemas para o desfecho da história, com base nos acontecimentos do terceiro e último livro.
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Após viver um romance com seu chefe, ter viagens inusitadas e se tornar mãe, o quarto filme recebe o nome de “louca pelo garoto” não apenas por ser o nome do terceiro livro, mas pela confusão que a personagem se encontra após se tornar viúva, fato que a desanima para novas experiências não apenas amorosa, como também ter um emprego. Com o apoio de Daniel, o personagem de Hugh Grant desde o primeiro longa, e outros amigos de Bridget, a protagonista busca motivação e se aventura em novas experiências, agora sendo uma mulher madura.
A trama inicia com a protagonista se apaixonando por um garoto bem mais novo. Entrando em um debate em alta desde o lançamento de Babygirl (2024), o redescobrimento da vida sexual na idade da personagem inspira tanto os adultos como os jovens que podem se sentir pressionados pela falta de esperança em conseguir se apaixonar e viver um romance quando deixarem de se adolescentes ou jovens adultos.
O contraste entre o primeiro filme e a obra de 2025 é perceptível. Renée, que se tornou uma “Oscar Winner” por seu papel interpretando Judy Garland, agora com 55 anos, mesma idade da personagem nos livros, é algo admirável, o comprometimento da atriz em honrar tanto a trajetória de Bridget, como os fãs que acompanham sua personagem desde O Diário de Bridget Jones, lançado em 2001.
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Apesar da trama simples, o longa-metragem se estende por mais de duas horas, tornando a experiência cansativa devido a diálogos excessivos e um ritmo arrastado, o que pode afastar espectadores que não sejam fãs dedicados desse universo. Embora seja uma homenagem respeitosa, o enredo se perde ao longo da narrativa, com montagens confusas e cenas desconexas, como no trecho entre o segundo e o terceiro ato, em que Daniel surge internado para transmitir uma lição a Bridget, apenas para, na cena seguinte, retomar sua característica de um homem mulherengo e descontraído sem qualquer transição coerente.
A fotografia desinteressante e a trilha sonora genérica tornam o longa ainda mais cansativo, a falta de requinte na arte deixa as cenas menos emocionantes, ficando a cargo de Renée trazer a carga dramática e a emoção para o longa. No entanto, nem mesmo a entrega de Renée Zellweger consegue sustentar completamente a narrativa, que se arrasta sem momentos verdadeiramente marcantes. O resultado é um filme que, apesar da nostalgia e das boas intenções, carece de impacto visual e emocional, deixando a sensação de uma continuação dispensável e pouco inspirada.
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